As incertezas em relação aos rumos da economia têm aumentado a cautela dos consumidores em suas decisões de compra. Segundo a economista Viviane Seda, coordenadora da Sondagem do Consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV), gastos têm sido postergados diante da preocupação sobre o que vai acontecer com a economia e com o mercado de trabalho. Neste contexto, as eleições se apresentam como um componente adicional de incerteza.

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Em agosto, as expectativas dos consumidores em relação à economia pioraram 3,9%, para o pior nível desde fevereiro de 2009. "Já é também uma preocupação com 2015, com quem vai entrar no governo, as atitudes que serão tomadas para mudar esse cenário de lentidão na economia", disse Viviane.

"Li uma frase que define o quadro: o custo de oportunidade de esperar é baixo. A incerteza é tão grande que empresários e consumidores estão preferindo adiar investimentos e consumo do que fazer isso neste momento", adicionou a economista, que espera queda na renda gerada pelo consumo das famílias, mensurada no âmbito do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados serão divulgados na sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Em agosto, a intenção de compra de bens duráveis registrou baixa de 1,2%, o quarto recuo consecutivo, para o menor nível desde fevereiro de 2012. O dado corrobora a avaliação de que os consumidores seguem cautelosos. "Provavelmente teremos efeitos ainda no segundo semestre. Óbvio que esperamos melhora, mas não será forte do jeito que se acreditava que ia ser. O Banco Central liberou os compulsórios, mas não vai ser de imediato que os consumidores vão começar a consumir, isso ainda vai demorar um pouco", advertiu Viviane.