O Dia dos Namorados foi gelado para o comércio brasileiro: as vendas caíram 9,5% em relação à mesma data de 2015, segundo um indicador da Serasa Experian. Mas, em Curitiba, a maior sequência de dias frios desde 2000 aqueceu as vendas de roupas para o inverno.
Nos últimos dias, chamou atenção o movimento em lojas de artigos para montanhismo, que vendem a chamada “segunda pele” e blusas e jaquetas que garantem algum isolamento térmico.
Na Acampar do Shopping Estação, as vendas cresceram 30% em relação ao mesmo período do ano passado. “Esse crescimento ocorreu exclusivamente por causa das baixas temperaturas, uma vez que no ano passado fez muito pouco frio”, conta o proprietário, Hélio Ricardo Nichele. Segundo ele, esgotaram-se os estoques de alguns tamanhos de segunda pele e alguns tipos de luva.
Nas duas lojas da Decathlon na cidade, consumidores disputaram cada lote de roupas trazido pelos repositores. Não dava tempo de colocar nas prateleiras: os clientes buscavam pela cor favorita ou o tamanho ideal em caixas colocadas no meio do corredor.
Não há relatos de que alguém tenha chegado às vias de fato, mas, na briga pelos últimos modelos, não faltaram cotoveladas e empurrões no estilo “chega para lá”.
No fim de semana a fila para pagar chegou a uma hora. Também era preciso paciência para estacionar o carro. Nas proximidades da loja da Decathlon no Barigüi, muitos não quiseram esperar por uma vaga e estacionaram sobre calçadas e ciclovias da região. “Sobrou educação por parte dos atendentes da loja, mas não muito dos clientes”, comentou o jornalista Eduardo Luiz Klisiewicz, que passou por lá no sábado.
Mais que fio-dental
Uma consumidora comparou a cena a um supermercado venezuelano: prateleiras vazias e gente quase “se estapeando” pelos últimos itens. “Neste Dia dos Namorados o comércio vendeu mais ceroula que calcinha fio-dental”, brincou.
A procura foi tanta que algumas peças estão em falta. Na segunda-feira (13) à tarde, quem quisesse levar um conjunto de segunda pele na loja da Decathlon do Barigüi teria de “compor” uma calça tamanho G com uma camiseta M, por exemplo. Procurada pela Gazeta do Povo, a rede não conseguiu indicar um porta-voz até o fechamento desta matéria.
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