O consumo das famílias vai crescer bem acima do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, elevando a fatia de participação na economia brasileira, segundo conclusões de estudos inéditos d Confederação Nacional do Comércio (CNC). O economista chefe da instituição, Carlos Thadeu de Freitas, adiantou que o levantamento mostrará que as famílias estão otimistas, com capacidade de endividamento elevada e com intenções renovadas de aquisição de bens de consumo duráveis.
Segundo ele, o consumo das famílias chegou a uma fatia de 64% do PIB em 2000 e regressou a um patamar de 61% em 2008, no qual deve ter permanecido em 2009. Em 2010 sua participação na economia deve subir para 63%.
Pelo lado da demanda, o PIB é fatiado em consumo das famílias, Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, ou investimentos, que em 2008 contribuía com 19%), consumo do governo (20%), além das exportações e importações. Nas contas de Thadeu de Freitas, o consumo das famílias vai crescer 8% em 2010, acima da variação prevista para o PIB no ano, entre 5% e 6%. "Estamos entrando agora num novo ciclo favorável de expansão do consumo, como o que ocorreu depois do início do Plano Real, mas agora a expectativa é de que esse ciclo seja mais longo", disse.
O otimismo de Thadeu de Freitas está ancorado, no curto prazo, nos bons resultados apontados pelas pesquisas que apresentará na segunda e, em prazo mais longo, nas perspectivas para a inflação, renda dos trabalhadores e emprego no país. O economista acredita que a fatia do consumo das famílias deve aumentar de forma persistente daqui para frente. "Nos Estados Unidos a fatia é de 70% do PIB, podemos tranquilamente chegar a esse patamar no Brasil daqui a alguns anos, o país tem um grande mercado interno", explica.Para Thadeu de Freitas, pelo menos em 2010, o esperado aumento dos investimentos vai contribuir para elevar os resultados do consumo, daí a expectativa de continuidade no aumento da participação do consumo das famílias. "O investimento vai aumentar muito este ano, mas no curto prazo isso é consumo, porque gera mais renda, mais uso de mão de obra", explica.