O consumo das famílias brasileiras deve continuar forte, de acordo com estudo divulgado hoje pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O trabalho da economista Adriana Inhudes, da área de Pesquisas Econômicas da instituição, afirma que tanto os efeitos da política monetária quanto o mercado de trabalho devem ajudar nesse cenário positivo.
O afrouxamento da política monetária nos últimos meses afetará o consumo das famílias tanto pela redução dos juros quanto pelo aumento da oferta de crédito, segundo o documento. Além disso, a expectativa é de que o mercado de trabalho cresça a um ritmo mais forte nos próximos meses do que no período da crise econômica global. Cada 1% de aumento na massa salarial leva a um crescimento de 0,7% nas vendas do comércio varejista, de acordo com o estudo. Para a autora, "a massa salarial foi a grande responsável por sustentar o consumo doméstico em patamar elevado a despeito da turbulência financeira vivida pela economia internacional".
Adriana lembrou que foi o consumo interno que sustentou o Produto Interno Bruto (PIB) no período de queda brusca de investimentos e exportações na crise global. "Está claro que houve mudança estrutural no mercado interno, sendo este, atualmente, muito mais forte e estável que antes", disse a economista, no trabalho publicado pela série "Visão do Desenvolvimento".
A autora considera que a mudança "vem de longa data" e que "essa evolução vem a reboque da maior estabilidade macroeconômica, a qual gerou maior desenvolvimento nos mercados de crédito, preservou os ganhos de renda real e mudou o perfil distributivo da sociedade". O texto lembra que, entre 2003 e 2008, as vendas reais no varejo cresceram 45,5%, dos quais 18,8% podem ser explicados pelo avanço da massa salarial, além da melhoria nas condições de crédito e de emprego, com o aumento dos trabalhadores com carteira assinada. Do crescimento de 26,8% da massa salarial no mesmo período, 14% vieram do aumento da quantidade de trabalhadores e 11,2% da alta da renda real do trabalho.
A taxa de desemprego caiu de níveis próximos a 13% da população economicamente ativa em 2003 para abaixo de 9% a partir de 2007. Outro dado é que o aumento real do salário mínimo, entre 2003 e junho de 2009, foi de 46%. A autora citou ainda o papel de programas sociais como o Bolsa Família na ampliação do consumo.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast