O consumo de energia elétrica no país caiu em maio 4,4% ante o mesmo mês do ano passado, ficando em 31.209 GWh (gigawatts/hora) segundo a pesquisa mensal no âmbito da Comissão Permanente de Análise e Acompanhamento do Mercado de Energia Elétrica (Copam) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que reúne as principais concessionárias de distribuição do País. É a sexta queda consecutiva registrada pela EPE no consumo de energia no país.
No ano, até o quinto mês, o consumo acumula queda de 2,7% no acumulado, mas considerados 12 meses, ainda há uma expansão de 1 2%. Ainda segundo a EPE, o consumo industrial caiu 12,4% no mês de maio ante o mesmo período de 2008. Já os consumos residencial e comercial cresceram respectivamente 3,6% e 2,9% em maio ante o mesmo mês do ano passado. De acordo com a EPE, os efeitos da crise financeira internacional sobre a atividade industrial são os grandes responsáveis pela queda no consumo de energia: a demanda industrial, que foi de 15.087 GWh em maio de 2008, atingiu em maio deste ano apenas 13.221 GWh. "O consumo total de energia não é menor graças ao comportamento do consumo das residências e do setor de comércio e serviços", disse em relatório a EPE.
A EPE ainda ressaltou que a redução de impostos sobre eletrodomésticos e outras medidas tomadas pelo governo no enfrentamento da crise têm tido impacto na manutenção da expansão no consumo de energia das famílias e do setor terciário. No acumulado do ano, o consumo residencial ainda sustenta evolução de 6% e o setor comercial e de 5,5% no setor de serviços.
Já o consumo industrial mostrava sinais de lenta recuperação. Desconsiderada a sazonalidade, embora negativas, as taxas apresentavam-se progressivamente menores desde janeiro. Em maio, porém, a contração voltou a ser maior, de 1,1% ante abril. O recuo é mais acentuado na região Sudeste, onde se concentra a produção industrial do País. Nessa região, o consumo recuou 14 3% em maio ante o mesmo mês do ano anterior, e 14,2% nos primeiros cinco meses do ano. Em doze meses, a queda acumulada já atinge 4,8%. A segunda região mais afetada é a Nordeste, onde o consumo industrial de energia acumula em doze meses recuo de 4,6%.
"Em ambos os casos, a evolução do consumo de energia tem confirmado o diagnóstico de que os segmentos mais afetados da indústria têm sido os voltados para o mercado externo.
Sudeste, em especial, acusam decréscimo importante na demanda de energia os subsetores metalúrgico e de mineração", informou a EPE.