A fraca atividade econômica mundial deve reduzir em 1,1% o consumo de petróleo em 2009, de acordo com o relatório mensal divulgado ontem pela Agência Internacional de Energia (AIE). A demanda deve recuar aos níveis de 2006, caindo da média diária de 85,7 milhões de barris de 2008 para 84,7 milhões de barris. Trata-se do maior declínio anual em 27 anos. Um mês atrás, a agência estimava um consumo um pouco maior para 2009, de 85,3 milhões de barris diários.

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De acordo com a agência, o consumo norte-americano, que já havia caído quase 6% no ano passado, deve cair mais 2,9% em 2009, para 19 milhões de barris por dia – nível semelhante ao de 1998. De acordo com a agência, nos países emergentes o cenário também não é dos melhores: na China, a demanda subirá apenas 0,7%.

A AIE ainda não divulgou novas estimativas para o Brasil, mas, em janeiro, previa que o consumo nacional de petróleo e derivados subiria 2,5% em 2009, para 2,49 milhões de barris. Bem menos que em 2007 e 2008, quando avançou 5,5% e 5,2%, respectivamente. "O consumo nacional não deve diminuir em 2009, mas sua taxa de crescimento, sim", avalia o economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

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Para Giuseppe Bacoccoli, pesquisador do instituto Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a demanda no Brasil tende a repetir a de 2008. "O consumo de gás de cozinha e gasolina não deve cair, mas, por outro lado, já se prevê queda no uso de diesel para transporte rodoviário e ferroviário, e a indústria não deve demandar tanto gás natural. Então, o uso de petróleo e derivados deve ficar próximo da estabilidade", explica.

Bacoccoli lembra que a esperada baixa no consumo global vem reduzindo os preços do petróleo há vários meses, mas acha difícil a Petrobras reduzir o preço da gasolina, "embora devesse". "Se diminuir, será muito pouco, e com objetivo político. A Petrobras está com dificuldade em se financiar no exterior, e provavelmente continuará se financiando com a venda de derivados aqui."