A adesão de brasileiros às plataformas de streaming ganha cada vez mais representatividade globalmente, conforme o número de pessoas conectadas à internet cresce no país — hoje são mais de 127 milhões. O consumo de vídeo na web cresceu 165% no Brasil nos últimos cinco anos, enquanto o de programas pela TV registrou expansão de 24% no mesmo período, aponta a sexta edição do Video Viewers, encomendada pelo Google e realizada pela consultoria Provokers. Os dados foram divulgados no YouTube Brandcast, evento realizado nesta semana (24/9), em São Paulo.
De acordo com a pesquisa, 9% dos brasileiros não acompanham mais a programação da TV. E 80% das pessoas que assistem a vídeos na web afirma que está à procura de conteúdo que a televisão não oferece. “O crescimento do streaming no Brasil é bom porque permite que as pessoas escolham conteúdo que nunca tiveram antes. Não é uma competição de mercado, é uma nova opção”, afirmou Margie Moreno, head do Youtube Originals, canal de filmes e séries originais da plataforma, na América Latina.
O estudo encomendado pelo Google mostra também que dos 2 mil entrevistados pela consultoria, 84% encontram os vídeos que desejam no YouTube, enquanto sete em dez concordam que a plataforma recomenda conteúdo de interesse.
Entre os vídeos favoritos dos usuários estão os ligados à educação, música e entretenimento/comédia, avaliou Margie. “O Brasil é um pote de ouro que fala português. Há muitas oportunidades no setor de streaming. Não à toa, o Netflix está dobrando os investimentos no país”, disse.
Plataforma premium
Em agosto, o YouTube anunciou que não vai mais cobrar para que os usuários assistam às suas séries originais. A receita da plataforma virá por anúncios, afirmou o Google. Os assinantes do YouTube Premium, serviço por assinatura pago, por sua vez, poderão assistir a vários episódios em um mesmo dia, sem propagandas. A opção gratuita permite acompanhar apenas um capítulo por semana.
Estimativas da consultoria eMarketer mostram que a receita de anúncios do YouTube no mundo deve crescer 20% em 2019 e chegar a US$ 11,4 bilhões.
Há um ano no Brasil, o serviço premium da plataforma de streaming tem como principais concorrentes a Netflix e a Amazon Prime. “Não tenho dados sobre o desempenho do YouTube Premium no Brasil, mas posso te garantir que são positivos porque o serviço não está disponível em toda a América Latina ainda e já completou um ano aqui”, argumentou Margie.