A recuperação da atividade econômica está impulsionando a demanda de gás natural no Brasil. Dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) mostram que o consumo de gás, em abril deste ano, somou 40,15 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), alta de 22,2% na comparação com igual mês de 2009. Excluindo as térmicas, o mercado não-térmico (indústrias, residências, comércio e setor automotivo, entre outros) cresceu 25,1% no período, de 28,84 milhões de m³/d para 36,10 milhões de m³/d. Na comparação entre março e abril de 2010 o consumo total de gás natural no País subiu 1,3%.

CARREGANDO :)

A forte demanda industrial explica a recuperação das vendas apuradas pelas concessionárias de gás estaduais. Segundo a Abegás, o consumo industrial cresceu 33,08% entre abril de 2010 e igual mês de 2009, para 25,62 milhões de m³/d. Isso reflete a recuperação da atividade econômica e, ao mesmo tempo, uma base de comparação mais fraca, considerando que o início de 2009 foi afetado pela crise econômica global. A demanda de gás para cogeração (que também inclui indústrias) aumentou 45,2% neste intervalo, para 2,74 milhões de m³/d.

Os mercados de pequenos volumes também demonstram trajetória positiva. O consumo residencial aumentou 14,5% no período, para 773,2 mil m³/d. As vendas para o segmento comercial cresceram 6 64%, para 598,1 mil m³/d. A demanda pelo gás natural veicular (GNV), por sua vez, recuou 5,65%, para 5,41 milhões de m³/d. Essa queda reflete a menor competitividade do GNV em relação a outros combustíveis, como o etanol.

Publicidade

Termelétricas

O consumo de gás natural pelas termelétricas ficou em um patamar estável entre abril de 2010 e igual mês de 2009. A Abegás registrou uma ligeira variação positiva de 0,9%, para 4,04 milhões de m³/d. A menor demanda das térmicas reflete a situação confortável do nível dos reservatórios das hidrelétricas, o que diminui a necessidade do despacho das termelétricas para garantir o abastecimento de energia elétrica do País.

Entre as regiões do País, as maiores vendas foram registradas no Estado de São Paulo, com 14,58 milhões de m³/d. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar, com um consumo de 8,96 milhões de m³/d, seguido por Bahia (3,58 milhões de m³/d), Pernambuco (2,54 milhões de m³/d) e Santa Catarina (1,74 milhão de m³/d).

Veja também
  • China se torna maior mercado para celulose do Brasil
  • Comércio mundial cresceu 25% no 1º trimestre