O governo português anunciou ontem que aumentará em 30% o imposto de renda das pessoas físicas para cumprir as metas do resgate de 78 bilhões de euros (R$ 195 bilhões) concedido em maio de 2011.
De acordo com o ministro das Finanças de Portugal, Vitor Gaspar, o imposto passará de uma taxa média de 9,8% para 13,2%. O aumento se deve a uma revisão dos patamares de pagamento e um aumento das alíquotas em cada um dos níveis.
Gaspar afirmou que as alterações ajudarão a aumentar a progressividade do imposto, ou seja, elevando mais as taxas dos rendimentos dos mais ricos em relação aos dos mais pobres.
As altas nas alíquotas ainda serão cobradas para todos os meses do ano, ao contrário de 2011, quando a sobretaxa foi aplicada apenas para os salários de dezembro.
O ministro também anunciou um aumento da tributação nos bens de capital, rendimentos da poupança, patrimônio, bens do mercado de luxo, tabaco e transações financeiras. Para tentar aumentar a arrecadação, o governo ainda aprovou uma série de medidas para combater a evasão fiscal e a economia paralela.
Austeridade
O ministro das Finanças considera o pacote de aumento de impostos como a solução para conseguir chegar mais perto da meta do deficit público, de 5% do PIB (Produto Interno Bruto).
Os números foram revisados no mês passado pelo grupo de credores do Banco Central Europeu e do FMI (Fundo Monetário Internacional) conhecido como troica. O objetivo inicial era de 4,5%.
Lisboa ainda anunciou projeções para o desemprego, que foram revisadas para cima, e o crescimento, mantidas, em 2012. A expectativa é que o país chegue a 16,4% de pessoas desocupadas neste ano, décimos a mais que a estimativa anterior. Em relação ao PIB, a previsão é de queda de 1%, a mesma que no relatório publicado em junho.