Ministério rebate cálculo da PSR e descarta reajuste de 27% da energia em 2015

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, afirmou que "não tem sentido" a projeção de alta de 27% da tarifa de energia em 2015, para R$ 447 por megawatt-hora (MWh), considerando a média de todas as distribuidoras.

O cálculo foi apresentado nesta sexta-feira, (7), pelo presidente da consultoria PSR, Mario Veiga, em um debate do setor elétrico, na PUC-Rio.

De acordo com Zimmermann, é preciso levar em conta que o cálculo das tarifas é complexo e inclui uma série de fatores. Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pode praticar reajuste, que leva em conta apenas a inflação, ou revisão de tarifas, o que engloba outros dados. No ano passado houve redução de algumas tarifas, lembrou.

"Não tem sentido. Tarifa é coisa complexa na qual entram outros fatores, depende do ano. Ano passado houve muitas revisões, então as tarifas de algumas empresas até caíram", disse ao ser questionado sobre o cálculo da PSR.

Zimmermann, entretanto, não deu uma estimativa para o aumento das tarifas para o próximo ano. "Não sei como a Aneel está trabalhando isso". Zimmermann reafirmou que não acredita em risco de racionamento no País.

"Como o sistema está equilibrado tivemos um estresse hídrico muito grande esse ano e ele aguentou, como sempre afirmamos que iria aguentar. É diferente de 2001, quando não estava equilibrado, e uma seca não tão ruim como essa levou o sistema a racionamento", disse Zimmermann.

O secretário-executivo do MME não quis comentar o reajuste de 3% da gasolina e 5% do diesel aprovado ontem pela Petrobras, da qual é conselheiro de administração. "Sobre assuntos da Petrobras, como conselheiro, eu não falo".

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A conta de luz já é 28% mais cara do que o valor registrado logo após a entrada em vigor da MP 579, de janeiro de 2013, que decretou corte médio de 20% na tarifa de energia.

O preço de novembro, que está em R$ 353 o megawatt-hora, também supera em 4% o anterior à edição da MP. Os dados são da PSR Consultoria e foram apresentados nesta sexta-feira (7) em seminário sobre energia elétrica no Rio.

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Os valores não consideram incidência de ICMS e de Pis/Confins. Para o ano que vem, a consultoria prevê que a tarifa ficará 27% mais cara, em R$ 447 megawatt-hora, considerando a média de todas as distribuidoras do país em relação ao preço de novembro da tarifa residencial.

Térmicas

A alta é resultado do acionamento mais intenso das usinas termelétricas, devido à estiagem, do aumento dos preços da energia elétrica no mercado livre, onde as distribuidoras compram parte da energia que vendem, e do pagamento de empréstimos feitos por essas empresas distribuidoras para estancar a crise financeira.