Torre de transmissão de energia, no Oeste do Paraná| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

Histórico

Os reajustes da tarifa da Copel, nos últimos anos:

2009

Valia a política de descontos do ex-governador Roberto Requião. O reajuste anual de foi de 11,03%, mas não era repassado aos consumidores que pagassem a conta em dia.

2010

Em julho, o então governador Orlando Pessuti determinou o fim da política de descontos. Os consumidores tiveram que arcar com os custos dos reajustes de 2009 (11,03%) e de 2010 (3,65%). Somados, eles chegaram a 15,09%.

2011

Consumidores tiveram reajuste de 3,16% e indústrias 1,61%.

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Como funciona a revisão tarifária

Diferente dos reajustes anuais, a revisão tarifária periódica é um processo demorado que inclui visitas à concessionária, auditoria para checagem de contas e investimentos feitos e audiência pública para discutir o reajuste com consumidores, órgãos de defesa do consumidor e demais representantes da sociedade civil. O cálculo do reajuste leva em conta os custos do serviço diante dos ganhos em eficiência, escala e investimentos. Já os reajustes anuais são calculados pela Aneel com base na variação nos custos (gerenciáveis e não gerenciáveis) da prestação do serviço nos últimos 12 meses, além das correções da inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e do "Fator X", cálculo que leva em conta a rentabilidade das concessionárias de energia.

Eletropaulo terá de devolver dinheiro

Folhapress

A AES Eletropaulo, responsável por atender 6,5 milhões de consumidores em 24 municípios de São Paulo, pode ter de devolver dinheiro a seus clientes. Se isso ocorrer, a previsão é que essa devolução ocorra na forma de descontos nas contas de luz futuras. Isso pode ocorrer por duas razões: 1) a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) propôs uma redução de 8,81% na fatia da tarifa de energia administrada pela AES Eletropaulo para o período de 2011 a 2015 (a outra fatia da tarifa é composta por custos como transmissão, encargos e tributos e representa cerca de 80% do total); 2) como essa revisão deveria ocorrer no ano passado, e só está sendo feita agora, a Eletropaulo teve prorrogada por um ano a tarifa do ciclo anterior, maior do que a prevista para o próximo ciclo. Pelo cálculo da Aneel, a tarifa do consumidor residencial na área da Eletropaulo cairia de R$ 0,29 por KWh (quilowatt-hora) para R$ 0,27 por KWh caso essa propostas seja aprovada. Com isso, a AES Eletropaulo pode ter de compensar seus consumidores por ter recebido ao longo de um ano valor além do patamar certo. A Coelce, concessionária do Ceará, enfrentou essa situação e teve autorização para devolver esses recursos para os consumidores ao longo de 36 meses, ou até 2015.

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs ontem, durante audiência pública realizada em Curitiba, uma redução de 0,85% no preço da tarifa cobrada pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel). O número, entretanto, está longe de ser definido. A Associação Brasileira de Consumidores de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) aponta inconsistências nos dados apresentados pela concessionária, e acredita que a queda pode chegar a 2%. Já os números da própria Copel apontam para uma diminuição média de 0,5% nos preços. O procedimento faz parte da revisão tarifária periódica, que ocorre a cada quatro anos e tem por objetivo estabelecer o equilíbrio entre as receitas e investimentos feitos pela concessionária e as tarifas praticadas.

Segundo a Copel, a proposta de redução não leva em conta investimentos feitos neste ano pela concessionária. "A agência não considerou para fins de composição da nossa base de cálculo, por exemplo, investimentos de R$ 262,2 milhões feitos neste ano pela Copel no seu sistema de distribuição, que acabarão sendo remunerados só a partir de 2016, na próxima revisão tarifária, quando inclusive já estarão fortemente depreciados", disse Pedro Augusto do Nascimento Neto, diretor de distribuição da Copel. Segundo ele, a concessionária considera que haverá redução da tarifa, mas espera que o índice seja menor do que o que foi proposto pela Aneel depois das ponderações feitas na audiência. O diretor não descarta, no entanto, que o índice de redução possa chegar até 0,5%. Hoje, a tarifa é R$ 309,26 por megawatt-hora ou R$ 0,30926 por quilowatt-hora.

De acordo com Fernando Umbria, assessor de energia elétrica da Abrace, que faz análise dos dados nos processos de revisão tarifária de algumas distribuidoras no país, a entidade identificou algumas inconsistências no processo da Copel. Segundo Umbria, trata-se de erros de fórmulas e cálculos que podem fazem com que a redução da tarifa chegue até 2%. "Apenas um erro banal encontrado em uma planilha da concessionária seria responsável por uma redução de 1,5%. São inconsistências que a Copel e a Aneel não têm como negar", diz.

Para o representante da Abrace é difícil definir qual grupo de consumidores será o mais beneficiado com as reduções tarifárias Brasil afora. "No caso da Copel, pelo que temos visto até agora, os consumidores de baixa tensão (residenciais) terão mais vantagens com a redução", estima.

Essa é a terceira rodada de revisão tarifária das concessionárias de energia em todo o Brasil, desde a assinatura dos contratos de concessão com o órgão regulador, em 1999. Os participantes da audiência pública têm até 30 de abril para apresentar suas considerações à agência reguladora. A nova tarifa deve ser divulgada pela Aneel até 24 de junho, data base do reajuste tarifário da Copel. Conforme critérios da agência reguladora, em ano de revisão tarifária nas concessionárias o reajuste anual não é feito.

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