Um ofício circular sigiloso da presidência dos Correios, revelado pelo site Poder 360, mostra que a estatal está prestes a entrar em “estado de insolvência”. De janeiro a setembro, o déficit operacional alcançou R$ 2 bilhões e pode fechar o ano batendo recorde anual anterior, que foi de R$ 2,1 bilhões, durante o governo de Dilma Rousseff.
Segundo a administração petista do serviço postal, o problema são os outros. As pessoas estariam usando cada vez menos os meios físicos de comunicação, a taxa das blusinhas derrubou as encomendas de importados, e a gestão anterior, no governo de Jair Bolsonaro, teria deixado de fazer investimentos necessários.
O que a direção dos Correios não explica, contudo, é a desistência de contestar ação do sindicato dos carteiros que pedia adicional por atividade de distribuição e coleta. O atual presidente mandou que o departamento jurídico não recorresse nos tribunais, e que a conta fosse paga.
Em duas ações (houve uma outra "contingência trabalhista" envolvendo aposentados e pensionistas), a conta chegou a R$ 1 bilhão. E, como numa mágica contábil, o prejuízo foi lançado de forma retroativa, para o balanço do ano de 2022, da gestão de Jair Bolsonaro. Assim, a inovação petista chegou também à pedalada fiscal: a moda, agora, é pedalar para trás.