A conta de transações correntes, que é composto pela balança comercial, pelos serviços e pelas rendas, somou US$ 12,14 bilhões no primeiro trimestre deste ano, informou nesta quinta-feira (22) o Banco Central. Segundo a instituição, esse é o resultado negativo mais alto, para um primeiro trimestre, desde 1947.
Até o momento, o maior rombo das contas externas para os três primeiros meses de um ano havia sido registrado no ano de 2008, quando o déficit totalizou US$ 10,26 bilhões. No ano passado, o resultado negativo somou US$ 4,93 bilhões. Deste modo, houve um crescimento de 145% no déficit em igual período deste ano.
A forte deterioração das contas externas no primeiro trimestre deste ano está relacionada com o crescimento da economia brasileira. Com a economia crescendo mais, aumentam as importações e, com isso, o resultado positivo da balança comercial fica menor. Nos três primeiros meses de 2010, as operações comerciais trouxeram US$ 892 milhões para o Brasil, contra o ingresso de US$ 2,98 bilhões no mesmo período do ano passado.
Também sobem as remessas de lucros e dividendos ao exterior, além dos gastos de turistas brasileiros no exterior, entre outros. No primeiro trimestre deste ano, as remessas de lucros e dividendos somaram US$ 4,58 bilhões, contra US$ 3,55 bilhões em igual período de 2009, ao mesmo tempo em que a conta de viagens internacionais ficou negativa em US$ 1,68 bilhão, contra o déficit de US$ 495 milhões nos três primeiros meses do ano passado.
Para todo ano de 2010, justamtente por conta da previsão de um crescimento econômico acima de 5%, o BC manteve a expectativa de um rombo de US$ 49 bilhões na conta corrente. Caso o valor seja confirmado, este será o maior déficit desde 1947 para um ano fechado. Até o momento, o maior déficit em conta-corrente foi registrado em 1998 (US$ 33,4 bilhões), de acordo com o BC.
No caso dos investimentos estrangeiros diretos, o ingresso somou US$ 5,65 bilhões nos três primeiros meses deste ano. Com isso, houve um crescimento de 5,8% na comparação com igual período do ano passado (US$ 5,34 bilhões). O ingresso de investimentos estrangeiros diretos na economia, portanto, não foi suficiente para financiar metade do déficit em transações correntes do primeiro trimestre.
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