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Investimento estrangeiro

Contra a maré, alemãs desembarcam no Paraná

“Há facilidade em encontrar mão-de-obra qualificada. E, em termos de custos, a região [metropolitana de Curitiba] é mais atraente que São Paulo.” Emerson Nogueira, diretor-geral da OKE do Brasil | Priscila Forone/Gazeta do Povo
“Há facilidade em encontrar mão-de-obra qualificada. E, em termos de custos, a região [metropolitana de Curitiba] é mais atraente que São Paulo.” Emerson Nogueira, diretor-geral da OKE do Brasil (Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo)

Em plena crise econômica, três multinacionais alemãs estão prestes a iniciar suas atividades no Paraná. Os números envolvidos nos projetos – de investimentos, produção e empregos – são modestos. Mas não deixa de causar surpresa a persistência das companhias: os estudos para abrir filiais no Paraná começaram ainda no ano passado e, mesmo após o agravamento da crise, elas optaram por manter seus planos. "Estive na Alemanha para saber se os investimentos persistiriam, e pude ver que as empresas não se amedrontaram", conta Wilson Ballão, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha em Curitiba.

Duas dessas empresas fazem no Paraná sua estreia em território brasileiro. Em abril, a Multivac começa a fabricar máquinas para embalagens a vácuo no bairro Tatuquara, em Curitiba. Ainda no primeiro semestre, a OKE quer iniciar a produção de componentes para bancos automotivos em Piraquara, na região metropolitana da capital.

A terceira empresa, a Häfele, importadora de ferragens para móveis, está no Brasil há 11 anos. A novidade é que ela vai transferir para Piraquara seu centro de distribuição para a América Latina, que hoje fica em Barueri (SP) – e também estuda construir na região sua primeira fábrica brasileira, nos próximos anos. "As empresas querem evitar o eixo Rio-São Paulo. É cada vez mais complicado manter um centro de logística ou uma fábrica perto dessas grandes capitais", comenta Ballão.

Polo automotivo

A OKE está investindo 1,5 milhão de euros em sua fábrica de Piraquara, que empregará 15 pessoas. "A linha será muito automatizada e, por isso, não demandará tanta mão-de-obra, ao menos no início", diz o diretor-geral da empresa no Brasil, Emerson Nogueira. Segundo ele, a matriz da OKE escolheu a região metropolitana de Curitiba por causa do polo automotivo, o terceiro maior do país. "Há facilidade em se encontrar mão-de-obra qualificada. E, em termos de custos, a região é mais atraente que São Paulo."

Os perfis plásticos que a empresa vai produzir fazem a "costura" entre a capa e a parte metálica dos bancos de automóveis, e serão fornecidos a sistemistas do Paraná e de outras regiões. Nogueira admite que os problemas na indústria automobilística causaram apreensão. "Mas temos que levar em conta que não produzíamos volume algum no Brasil. Então, mesmo encontrando um mercado menor do que ele poderia ser sem a crise, não somos tão prejudicados."

Máquinas

A Multivac quer fabricar 250 máquinas para embalagens a vácuo no Tatuquara até o fim do ano – volume que será complementado por importações. "Pretendemos fornecer os equipamentos principalmente para a indústria de alimentos, mas também atenderemos à indústria farmacêutica e ao mercado de peças industriais", disse, por e-mail, o diretor da Multivac no Brasil, Bernd Jokele.

O executivo preferiu não revelar o valor investido no Paraná, mas afirmou que a empresa escolheu o estado em razão da infraestrutura e da segurança, e por ver nele um mercado potencial. Até o fim do ano, entre 25 e 30 pessoas estarão empregadas na Multivac, incluindo os responsáveis pelo pós-venda.

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