Gastar com saúde e saneamento é mais efetivo para reduzir a pobreza do que gastar com previdência e assistência. A conclusão consta em um estudo divulgado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) cuja principal proposta foi a análise do efeito do gasto social sobre a pobreza no Brasil pelas três esferas do governo federal, estadual e municipal.
De acordo com Martha Hanae Hiromoto, autora da dissertação de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação (PPG) em Economia Aplicada, os gastos do governo federal com saúde e saneamento têm um peso de 0,31% na redução do índice de pobreza, enquanto que os gastos na previdência e assistência pesam apenas 0,07%.
A pesquisa que utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Secretaria do Tesouro Nacional mostra que o total de gasto social do governo federal cresceu de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), em 1987, para 14% do PIB em 2009, totalizando R$ 432 bilhões.
"O gasto federal foi o que mais cresceu nos últimos anos. Apesar disso, grande parte desse aumento foi para a previdência e assistência", explica Martha, citando o Bolsa Família como um dos itens que fazem parte do segmento.
Estados e municípios
Na esfera estadual, o gasto mais efetivo para combater a pobreza, segundo a pesquisa, foi o feito na educação, que registrou um impacto de 0,08%. Em relação aos gastos municipais, o peso do item saúde e saneamento também foi maior para a redução da pobreza, de 0,10%..