Webphones
Celular com web atinge 55% das vendas no Brasil
Agência Estado
Os celulares com acesso à internet já são a maioria dos novos aparelhos vendidos no País. No primeiro semestre, segundo levantamento da empresa de pesquisas Nielsen, 55% dos telefones móveis vendidos no país permitiam navegação na web. Segundo Thiago Moreira, diretor de telecom da empresa, essa relação era de 49% no segundo semestre do ano passado. Isso não quer dizer, porém, que a maioria das novas vendas se concentre em produtos de alto valor agregado, como o iPhone e o Samsung Galaxy S. Telefones que permitem o download de aplicativos e carregam sistemas operacionais como Android, iOS ou Windows só contribuem com 12% das vendas totais. Para ter acesso à internet, o brasileiro se vê obrigado, por limitações de renda, a usar uma tecnologia intermediária, os chamados webphones.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) criaram um grupo de trabalho para monitorar as reclamações dos consumidores a respeito da qualidade dos serviços das operadoras de telefonia celular. As quatro operadoras estão entre as líderes no ranking de queixas em São Paulo, as quedas nas ligações telefônicas correspondem a 16% das reclamações sobre cobranças indevidas.
A formação do grupo é uma resposta às pressões dos usuários de telefonia, depois de ter vindo a público um relatório da Anatel afirmando que a taxa de desligamento nas ligações feitas por clientes do plano Infinity, da TIM, é quatro vezes superior ao de outros planos. O documento conclui que isso ocorre porque as ligações são "derrubadas" propositalmente. A união dos dois órgãos federais, entretanto, não é nenhuma garantia de que os serviços irão melhorar rapidamente. O grupo de trabalho tem o compromisso de elaborar um termo de cooperação para a proteção dos direitos dos usuários de celulares missão um tanto vaga para uma situação em que o consumidor esta tendo prejuízo imediato: o relatório da Anatel, datado de 30 de maio deste ano, aponta cobranças indevidas de R$ 4,3 milhões em um único dia de fiscalização, em todo o país.
"Aprimoramento"
O objetivo do grupo também é encaminhar sugestões que aprimorem a regulação dos serviços de telecomunicações no país. Além da troca de informações, o termo de compromisso pode abrir espaço para ações conjuntas de prevenção e fiscalização de conflitos de consumo no setor. "Os serviços regulados, em especial os serviços de telecomunicações, dão causa à maioria dos conflitos de consumo no Brasil. Contar com a parceria da Anatel para, em conjunto estabelecer ações de prevenção e redução de conflitos, é um grande avanço", afirmou em nota a secretária nacional do Consumidor, Juliana Pereira. Ao assumir o cargo, no mês passado, ela havia adiantado que procuraria as agências reguladoras para firmar parcerias.
Processo
No caso específico da TIM, a Anatel informa apenas que o processo administrativo sobre o descumprimento de obrigações por parte da operadora aguarde agenda no conselho do órgão e não tem data para ser concluído. Pelas regras do Sistema Móvel Pessoal, que regem a telefonia celular no país, esses processos são sigilosos. A reportagem da Gazeta conseguiu rastrear um deles, aberto depois de um procedimento fiscalizatório realizado entre fevereiro e dezembro do ano passado, o Procedimento para Apuração de Descumprimento de Obrigações (PADO) de número 53504.026837/2010.
No sistema de controle de rastreamento dos processos da Anatel consta que o processo já foi modificado 18 vezes. A última movimentação registrada pelo sistema aconteceu em 4 de julho. Antes, portanto, de a agência suspender as vendas de planos pelas operadoras TIM, Oi e Claro, em 23 de julho.
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