Rio de Janeiro O leilão de venda de uma parte da Varig foi antecipado de 9 de julho para o início de junho para evitar o colapso da empresa. Com o caixa cada vez mais apertado, a Varig trabalha com a perspectiva de que o leilão seja antecipado para 5 de junho. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou ontem que vai adiantar a publicação do edital para a próxima semana.
Segundo fontes do setor, a deterioração do caixa da Varig está ligado à inércia do endividamento. Sem possibilidade de obter recursos de financiamento, a Varig não conseguiu obter um empréstimo-ponte do BNDES porque os três investidores interessados em repassar os recursos para a companhia não apresentaram garantias.
Segundo Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, reestruturadora da Varig, a antecipação teve o objetivo de acabar com as especulações sobre os rumos da companhia. "Não tem sentido esperar um mês para o leilão, o data room [oferta de dados aos interessados] está praticamente pronto, dessa forma é possível definir logo a situação da companhia e acabar com a especulação", disse o executivo.
Para Gomes, não foi possível obter empréstimo entre os interessados no leilão porque a lista de ativos que serão ofertados não estava pronta, nem o edital.
A decisão de antecipar a venda não foi aceita com tanta tranqüilidade. Credores disseram que a medida é contrária ao que foi aprovado na última assembléia, quando a Varig propôs a apresentação do data room em 30 dias e o leilão, em 60.
Outro entrave à realização do leilão é o preço mínimo. Existem dois modelos de venda de parte da companhia. No primeiro, será oferecida aos investidores a Varig Operações, que reúne rotas nacionais e internacionais, livre de dívidas, por US$ 860 milhões. No segundo, a Varig Regional, que reúne as rotas domésticas, livre de dívidas, por US$ 700 milhões. As empresas consideram o valor exagerado para uma companhia com uma dívida de R$ 7,9 bilhões.
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