A atividade econômica do Brasil ampliou com força a fraqueza em agosto e mais do que o esperado, no sexto mês em que registra perdas este ano, aprofundando o cenário de recessão em meio à crise política enfrentada pelo Brasil.

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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta sexta-feira (16), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,76% em agosto sobre o mês anterior. Em julho o indicador mostrou ligeira perda de 0,01%, sobre queda de 0,02% divulgada anteriormente.

A retração mensal mais forte este ano foi registrada em março, de 1,4%. Variações positivas foram vistas somente em fevereiro (+0,6%) e em maio (+0,03%).

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Diante desse cenário, o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, revisou sua projeção para o PIB no terceiro trimestre para recuo de 1,1% sobre os três meses anteriores, contra retração de 0,6% antes.

“Nossa projeção seria consistente com contração de 3% do PIB em 2015, seguido de outra contração de 0,8% em 2016”, destacou ele.

O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, assim como o impacto dos impostos sobre os produtos.

A economia brasileira entrou em recessão técnica no segundo trimestre, quando encolheu 1,9% sobre os três meses anteriores.

O desempenho de agosto reflete os contínuos dados econômicos fracos, que se repetem mês a mês no atual ambiente de economia em recessão, com juros e inflação em alta, mercado de trabalho em deterioração e confiança abalada tanto de consumidores quanto do empresariado.

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A pressão aumenta ainda mais diante do impasse político e incertezas no fronte fiscal, que culminaram na quinta-feira com o corte pela agência de classificação de risco Fitch da nota de crédito do Brasil. A agência ainda manteve o selo internacional de bom pagador, mas alertou que o país pode em breve perder essa chancela.

Em agosto, a produção industrial do Brasil mostrou deterioração pelo terceiro mês seguido, no pior resultado para o mês em quatro anos. Já as vendas varejistas recuaram 0,9%, deixando o setor a caminho do pior desempenho anual em 12 anos e contaminando as expectativas para 2016.

O BC ainda apontou que o IBC-Br caiu 4,85% em agosto sobre um ano antes, acumulando queda de 3,02% no ano e de 2,28% em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.

Em meio à intensa crise política entre o Executivo e o Legislativo, que inclui dificuldades de votações no Congresso Nacional de medidas fiscais preparadas pelo governo, e movimentos a favor do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, economistas consultados na pesquisa Focus do BC vêm piorando suas projeções econômicas.

Eles agora veem contração de 2,97% do PIB em 2015, na pior recessão enfrentada pelo Brasil em 25 anos, com queda de 1,20% em 2016.

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