As empresas norte-americanas criaram 119 mil postos de trabalho em abril, muito menos que o esperado e registrando o menor ganho em sete meses, o que suscitou preocupações de que a economia perdeu um pouco de seu ímpeto.
O número presente no Relatório Nacional de Emprego da ADP, divulgado nesta quarta-feira (2), ficou abaixo da criação de 177 mil empregos prevista por economistas. O estudo é feito em conjunto com a Macroeconomic Advisers LLC.
Os dados de março acabaram também sendo revisados para baixo, com os de abril sendo os menores desde setembro do ano passado.
O relatório da ADP, uma processadora de folhas de pagamento, é divulgado dois dias antes de o governo liberar um informe mais amplo e aguardado sobre o mercado de trabalho.
"Esse é um relatório inquietante", afirmou o chefe de investimentos na Lenox Advisors, David Carter. "A força da recuperação econômica dos Estados Unidos ainda é claramente incerta. Esperamos não ter um terceiro verão (no hemisfério norte) de crescimento frágil", completou.
Enquanto isso, o setor industrial da China se contraiu pelo sexto mês seguido em abril, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira.
O Índice de Gerentes de Compras do HSBC para a China, voltado para empresas menores, melhorou para 49,3 em abril ante 48,3 em março, mas permanece abaixo da marca de 50 que divide expansão de contração.
Outros dados sobre os EUA mostraram também nesta quarta-feira que as novas encomendas de bens às indústrias do país registraram em março a maior queda em três anos.
O Departamento do Comércio informou que as encomendas para bens manufaturados recuaram 1,5% após uma alta revisada de 1,1% em fevereiro.
Dados recentes, incluindo números mais suaves sobre o mercado de trabalho, despertaram preocupações de que a economia norte-americana pode ter perdido alguma força neste início de segundo trimestre.
Esses temores haviam sido parcialmente amortizados por dados anunciados na terça-feira, e que mostraram que o ritmo de crescimento do setor manufatureiro nos EUA subiu inesperadamente em abril, com novas encomendas também aumentando.
A economia norte-americana cresceu a uma taxa de 2,2% no primeiro trimestre, abrandando o ritmo de 3% registrado nos últimos meses de 2011.
O chairman da Macroeconomic Advisers LLC, Joel Prakken, afirmou que o inverno excepcionalmente quente nos EUA é parcialmente responsável pelos dados frágeis presentes no relatório da ADP, com empregadores antecipando seu período de contratações no ano.
Prakken disse que os dados sugerem que o emprego no setor privado cresceu, se muito, em 70 mil postos nos meses do inverno.
"(Os dados) sugerem essa noção de que no inverno os números provavelmente não foram tão fortes como os relatórios indicaram, e esse número de hoje provavelmente não é tão suave como parece", completou o chairman em conferência telefônica com jornalistas.
O setor manufatureiro fechou 5 mil postos de trabalho, a primeira perda desde setembro do ano passado. Esse número contrastou com dados mais otimistas de terça-feira que mostraram que uma medida de emprego do setor subiu ao nível mais alto desde junho do ano passado.
É esperada para a próxima sexta-feira a divulgação de um relatório sobre folhas de pagamento não-agrícolas, com expectativa de que mostre que a recuperação nas contratações no mês passado com 170 mil novos empregos, uma melhora a ser observada frente aos 120 mil novos postos referentes a março.
O diretor de pesquisa na corretora GFT Boris Schlossberg declarou estar observando mais de perto a leitura sobre emprego do setor de serviços, a ser divulgada nesta quinta, e que ele disse se tratar de uma melhor previsão sobre relatório de folhas de pagamento.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast