Por conta de sua vocação agrícola, o Paraná concentra grande parcela das empresas que fazem negócios na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A informação é de Luiz Vencato, diretor da Intertrading Consultoria de Câmbio e Valores, especializada em commodities. Entre seus clientes estão grandes cerealistas, tradings e produtores rurais, que negociam soja, milho e outros grãos no mercado internacional.
"Às vezes o mercado não quer comprar agora, mas o vendedor tem uma opção que é a BM&F. Ele vai na Bolsa e vende o produto num contrato futuro", explica o diretor da Intertrading. Na última sexta-feira, por exemplo, o preço para contratos de soja para abril na BM&F era de US$ 15,30 por saca do grão. Se este preço é considerado bom para o produtor, ele pode vender agora, embora ainda não tenha a soja propriamente dita. "E uma vez que vendeu a US$ 15,30, ele já está garantido, mesmo que o preço caia depois", diz Vencato.
O mercado de futuros, segundo ele, é ferramenta de sobrevivência para quem trabalha com commodities. "É um mercado que oscila muito. Uma entrada de safra, como a próxima, que deve colocar 55 milhões de toneladas de grãos no mercado, vai exercer uma pressão de venda muito grande. Esse mercado pode cair US$ 1 com muita facilidade", diz o especialista. (FL)