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O grupo controlador da Sadia, das famílias Furlan e Fontana, recebeu o equivalente a cerca de 1,45 bilhão de reais em ações na negociação em que a Perdigão assumiu a rival, afirmaram nesta terça-feira (19) os co-presidentes da nova empresa gerada pela associação, a Brasil Foods (BRF), Luiz Fernando Furlan e Nildemar Secches.

A estimativa dos presidentes foi feita com base no valor da ação da Perdigão nesta terça-feira, em torno de 34 reais.

"Mas tem que excluir disso aí (dos 1,45 bilhão de reais) o valor da holding financeira (da Sadia)", destacou a jornalistas Luiz Fernando Furlan.

A financeira não entrou na negociação e é avaliada em 67 milhões de reais.

O montante recebido pelos controladores da Sadia em ações é equivalente a menos da metade do valor de mercado da companhia, estimado em 3,3 bilhões de reais.

"Podemos explicar (a negociação) em meia página ou em um livro...", observou Secches, esclarecendo a jornalistas que os acionistas da Perdigão deterão 68 por cento das ações da nova empresa, enquanto os da Sadia ficarão com 32 por cento.

O negócio, feito inteiramente em troca de ações, deixará a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), o principal acionista da Perdigão e também detentor de papéis da Sadia, com a maior fatia da BRF entre todos os acionistas, com aproximadamente 12 por cento de participação.

As famílias controladoras da Sadia terão pouco menos de 12 por cento na nova empresa, avaliou Furlan, durante a divulgação da associação.

Emissão

O negócio prevê ainda uma oferta pública de ações de 4 bilhões de reais.

O BNDES já manifestou interesse de participar da operação, segundo os co-presidentes.

"Está bem demandada, mas não há compromisso com o BNDESPar (o braço de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)", disse Secches, observando que há o interesse de os grandes acionistas de subscreverem 1,8 bilhão de reais na oferta pública.

"Vimos que a captação é a melhor solução para os problemas", acrescentou Furlan, referindo-se às dificuldades financeiras decorrentes das perdas da Sadia com derivativos cambiais no ano passado.

A Brasil Foods planeja utilizar 2,5 bilhões de reais da oferta de ações, a ser realizada em meados de julho, para reduzir dívidas de curto prazo, afirmou Furlan.

Assim, a nova empresa também deverá usar 1,5 bilhão de reais da oferta de ações para expansão e outros planos de investimentos.

"O objetivo da empresa é manter um nível de endividamento seguro, não inviabilizar projetos de investimento que as duas organizações tinham", declarou Secches.

A dívida da empresa deverá cair para duas, três vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) após a oferta de ações, afirmou Furlan sem revelar a dívida atual.

Leopoldo Saboya, diretor-financeiro da Perdigão, afirmou, após o evento, que a nova empresa pretende ter um nível de "liquidez" de 1,5 a 1,8 bilhão de reais.

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