Um novo gigante pode ter nascido no setor de telefonia móvel do Brasil e da América Latina. Fontes do mercado garantiam ontem que o grupo mexicano América Móvil, controlador da Claro no país, já teria comprado da Telecom Italia a TIM Brasil, segunda maior operadora brasileira de celular. Nenhuma das empresas confirma a informação, mas a América Móvil é a que reúne mais condições, entre as possíveis concorrentes, de arcar com o negócio avaliado entre R$ 13,5 bilhões a R$ 15 bilhões. A espanhola Telefónica já considerou o preço muito alto para fechar negócio.
Se a compra for consumada, a Claro saltará da terceira posição no ranking, com 22,2 milhões de celulares e 23,3% de fatia de mercado, para o primeiro lugar, com 46,3 milhões de celulares e uma participação de 48,3%, pois a TIM tem hoje 24,1 milhões de celulares em operação e 25,1% do mercado. Desta forma, o grupo do empresário mexicano Carlos Slim se tornaria o maior em telecomunicações do país. Formado pelas empresas Claro/TIM/Embratel/Net/Vivax, teria uma receita líquida de R$ 27,1 bilhões no primeiro semestre e desbancaria o grupo formado pela Telefónica/Vivo, que apresentou no período receita bruta de R$ 26,7 bilhões. Na América Latina, a América Móvil tem 106,7 milhões de celulares operando enquanto a Telefónica Móviles tem 78,7 milhões.
Outro candidato à compra da TIM Brasil, a Brasil Telecom, teria feito uma proposta com a Telefónica, por não poder bancar sozinha o investimento. Na quinta-feira, no entanto, a Telefónica saiu da jogada quando reiterou que pretende manter o controle da Vivo por enquanto a maior operadora do país, com 28,7 milhões de celulares e 30% de participação no mercado. A empresa anunciou que não vai investir mais do que US$ 1,9 bilhão (R$ 4,1 bilhões) em gastos financeiros em 2006 e 2007, depois de ter comprado em fevereiro a operadora de celular britânica O2 por US$ 33,4 bilhões (R$ 72,1 bilhões), o que elevou sua dívida líquida para 53 bilhões de euros (R$ 146,8 bilhões). A América Móvil tem uma dívida líquida de US$ 3,5 bilhões (R$ 7,5 bilhões). Nesta semana também surgiu a hipótese de que o grupo alemão Deutsche Telekom estaria interessado em entrar no mercado brasileiro de telefonia móvel, o que poderia ocorrer com a compra da TIM Brasil.
A controladora da TIM Brasil, a Telecom Italia, está em processo de reestruturação e começou a vender seus ativos fora da Itália para reduzir sua dívida líquida de 39,5 bilhões de euros (R$ 109,4 bilhões). A companhia já vendeu suas operações na Venezuela, Chile e Peru e também colocou à venda sua participação na Brasil Telecom. De acordo com a consultoria especializada em telecomunicação Teleco, em setembro passado, o Conselho da Telecom Italia estabeleceu como estratégia o foco na convergência de serviços de telefonia fixa e móvel, banda larga e mídia na Itália e na Europa. A meta é colocar a TIM Brasil à venda até o fim do ano.
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