Profissionais do setor de eventos de Curitiba e lojistas do Shopping Estação estão descontentes com o projeto para o novo Estação Convention Center uma versão reduzida do centro de convenções original, que foi "encolhido" pela BR Malls, a administradora do shopping. A avaliação deles é de que o novo espaço é adequado, no máximo, para pequenas reuniões corporativas e formaturas, e não para congressos e feiras. Além disso, o padrão do novo espaço é considerado bem inferior ao dos salões principais do antigo Convention Center.
No início de agosto, a BR Malls anunciou, com o apoio do Instituto Municipal de Turismo e da Associação Comercial do Paraná (ACP), que encolheria o Convention Center para não fechá-lo, mantendo metade do anterior. Ao mesmo tempo, transformaria quatro pavimentos em andares corporativos para locação, o que, segundo a empresa, traria o dobro de circulação de pessoas (cerca 57 mil pessoas ao mês) para o shopping. O espaço, no fundo do 9.º andar do prédio, seria suficiente para eventos de até 1,5 mil pessoas, o equivalente a 90% do normalmente agendado.
O arquiteto responsável pelo projeto, Manoel Dória, diz que a mudança já foi aprovada pelo Conselho de Urbanismo da cidade. Segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo, o projeto seguirá os procedimentos normais para a obtenção do alvará de construção que levam, normalmente, 30 dias.
A diretora do Instituto Municipal de Turismo, Juliana Vosnika, não quis comentar a respeito das reclamações do setor de eventos. O presidente da ACP, Edson José Ramon, reconhece que o espaço não tem o mesmo padrão do anterior, mas que "era isso ou nada". A BR Malls não autorizou a entrada da Gazeta do Povo para fotografar o que restou do Estação Convention preferiu enviar fotos próprias.
Locações
O responsável pelas reservas do Estação Convention, Leonardo Zunino, disse que está fazendo orçamentos para pequenos congressos, jantares e formaturas a partir do fim de novembro, com diária de R$ 6 mil, mas que nada foi confirmado. Segundo ele, a única intervenção no espaço será a construção de banheiros.
Empresários cobram o poder público
Marlus Grudtner, diretor da Básica, empresa de montagem de estandes, diz que o encolhimento do Estação Convention obrigou as empresas do setor a redirecionar seus negócios para outras cidades como Joinville (SC), São Paulo, Porto Alegre, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro. "Acredito que não houve lisura na comunicação da BR Malls, que devia ter dito que o espaço deixado era de cimento, sem banheiros e sem qualquer conforto se comparado aos salões existentes antes."
O presidente da Diretriz Feiras e Eventos Ltda, Carlos Jung, diz que Curitiba não tem um espaço adequado para grandes exposições e feiras. "Hoje, o maior, com 30 mil metros quadrados, é o Expotrade que, lembremos, fica em Pinhais. O ExpoUnimed é para um número menor de pessoas e o ExpoBarigui [que sairá da reforma do antigo pavilhão do parque pelo consórcio JMalucelli/Grupo Positivo], também, com 5 mil metros quadrados, metade do que era o antigo pavilhão."
O empresário lamenta que a questão não seja levantada pela prefeitura de Curitiba como uma bandeira necessária para o desenvolvimento do turismo de negócios na cidade. "Em quase todas as capitais, o poder público é que tomou a iniciativa de criar esses espaços. Fortaleza, por exemplo, acaba de inaugurar um centro de 70 mil metros quadrados assim."
Serviço:
Interessados no espaço do Estação Convention Center podem fazer reservas pelo telefone 3094-5338 ou pelo e-mail contato@estacaoconvention.com.br.