Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

Um dos principais obstáculos na interação entre humanos e robôs está na aparência dessas máquinas – por isso, cada vez mais os autômatos ganham características humanas quando usados para servir pessoas. Um estudo realizado com crianças entre dez meses e dois anos, no entanto, indica que os robôs podem ser tratados como humanos (ou amigo) quando interagem com o público dessa faixa etária.

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O estudo liderado pelo pesquisador Fumihide Tanaka, da Universidade da Califórnia (San Diego, EUA), fez com que o robô QRIO convivesse durante cinco meses com crianças do maternal – foram 45 sessões, de 50 minutos cada. Entre os principais objetivos desse estudo estavam desenvolver habilidades sociais entre as crianças, além de comprovar se os robôs podem ser interessantes para os jovens depois da barreira de dez horas de convivência.

"No início, elas trataram o robô muito diferente da maneira como tratam umas às outras. Mas na última sessão, as crianças interagiam com o robô como um amigo, e não mais como um brinquedo", diz a pesquisa publicada na edição desta semana da revista científica "PNAS". Com isso, os pesquisadores concluíram que a barreira das dez horas de interesse pode ser ultrapassada.

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Sendo assim, afirmaram os profissionais envolvidos na pesquisa, há grande potencial no uso dos humanóides no enriquecimento do ambiente da sala de aula.

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Para que essa interação entre crianças e robô ganhasse força, era essencial que a máquina não agisse de maneira previsível: o QRIO usado nos testes poderia selecionar um entre diversos tipos de comportamento. Quando a máquina agia de maneira previsível, as crianças perdiam o interesse nela. Portanto, quanto mais natural o comportamento, maior o interesse dos jovens.

Com a convivência, as crianças também passaram a tocar cada vez mais no robô -- esse é um importante indicador da qualidade da interação social, diz a pesquisa. "Com o tempo, o robô tornou-se parte de um grande ecossistema que inclui pais, professores, alunos e pesquisadores", afirma o estudo.