Curitiba – Depois de quase quatro anos de cabo-de-guerra e peregrinações a Brasília, cinco cooperativas do estado conseguiram formalizar ontem o arrendamento de sete armazéns do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC). O compromisso foi assinado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, na sede da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), em Curitiba, com dirigentes da Coamo, Coceal, Valcoop, Cocari e Cocamar. O ministro aproveitou a ocasião para anunciar a cessão gratuita de imóveis da antiga LBA para 31 municípios.

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A capacidade total de armazenamento dos imóveis do IBC, que somam 108,4 mil metros quadrados de área construída, é de 165 mil toneladas, nas cidades de Peabiru, Ibiporã, Londrina, Mandaguari, Marialva e Paissandu. O contrato de arrendamento valerá por um período de dez anos, sendo cinco de carência. As cooperativas vão pagar por mês o equivalente a 0,8% do valor de cada imóvel à Secretaria de Patrimônio da União, o que vai garantir uma receita mensal de cerca de R$ 151,6 mil, atualizada pelo IGP-M.

Na prática, os armazéns já vinham sendo utilizados pelo sistema cooperativo paranaense, mas o governo ainda não havia oficializado o contrato, o que deixava apreensivos os cooperativistas. "Nesses quatro anos, estivemos várias vezes em Brasília cobrando uma solução, mas a coisa não se definia", comentou o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski.

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Segundo ele, o nó foi desatado graças principalmente à atuação do senador Flávio Arns (PT-PR), presente à cerimônia, e do ministro Paulo Bernardo. "Quando nos encontramos no Fórum dos Presidentes das Cooperativas do Paraná, o ministro pediu de 45 a 55 dias para trazer uma solução. Ontem (quinta) essa reunião fez 53 dias – ou seja, o ministro cumpriu o prazo."

Para o ministro, a ação "é um estímulo a um setor muito forte e socialmente importante", particularmente no Paraná. "Nós temos a responsabilidade de fazer isso funcionar melhor." Ele contou que esse "desembaraço burocrático" começou no Paraná e será propagado pelo Brasil. "A União tem quase 600 imóveis que precisam ser regularizados – 25 deles ainda pendentes no Paraná. O maior problema de um imóvel sem regularização é que o estado ou o município não tem como fazer investimentos", ressaltou.