A crise econômica vai reduzir o crescimento das 220 cooperativas do Paraná em 2016. Enquanto o setor comemora a receita bruta recorde de R$ 56,5 bilhões em 2015, que rendeu um crescimento de 11,8% em relação aos R$ 50,5 bilhões do ano anterior, as projeções para a próxima temporada são mais modestas. “Será o ano mais complicado da última década. Vamos receber os reflexos diretos da recessão deste ano. Devemos crescer pouco abaixo dos 10%”, pontua João Paulo Koslovski, presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
O setor enumera como principais obstáculos o aumento da energia, dos juros, dos combustíveis, dos impostos e dos pedágios, além de novas taxas criadas pelos governos federal e estadual. “2015 ainda teve custo de produção baixo no primeiro semestre. Já 2016 preocupa! Ainda mais que não teremos o benefício do câmbio na exportação porque o custo de produção aumentou junto”, diz Irineo da Costa Rodrigues, diretor presidente da Lar. A cooperativa registrou faturamento de R$ 4 bilhões este ano, avanço de 30% na comparação com 2014. Porém, a previsão para 2016 é de 15%.
Investimentos
O setor deve terminar o ano exportando mais de R$ 8,5 bilhões em produtos, quase que na sua totalidade agropecuários. Nos últimos anos, os investimentos nos parques agroindustriais, que permitiram transformar matérias-primas em produtos processados, foram o diferencial. Mas novos projetos serão guardados na gaveta à espera de um cenário econômico mais seguro. Em 2015 já foi assim.
A previsão inicial de investimentos era de R$ 3,8 bilhões, mas, após revisão, caiu para R$ 2,3 bilhões em função dos temores com as instabilidades política e econômica. Segundo o presidente do Sistema Ocepar, o próximo ano dificilmente irá ultrapassar o montante investido em 2015.