Os coordenadores da Diretoria de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram nota à imprensa em que afirmam que os trabalhos técnicos do órgão não estão sob qualquer domínio ou ingerência política.
O documento, assinado por 21 coordenadores do instituto, informa que a carta de repúdio à suspensão das próximas divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), enviada na semana passada ao conselho diretor do IBGE tinha como objetivo garantir a manutenção do calendário de divulgação da pesquisa. A carta ao conselho do órgão teve adesão de 18 coordenadores e gerentes estratégicos, que ameaçaram uma entrega coletiva de cargos caso a decisão não fosse revista.
A rebelião seguiu o pedido de exoneração de duas diretoras, ambas integrantes do conselho diretor: Marcia Quintslr, diretora de Pesquisas, e Denise Britz do Nascimento Silva, coordenadora-geral da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence). O episódio gerou uma das piores crises institucionais da história do IBGE. Entre os coordenadores que ameaçaram deixar seus postos estavam a coordenadora de Índices de Preços, Eulina Nunes dos Santos, responsável pela divulgação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e o coordenador de Trabalho e Rendimento, Cimar Azeredo, responsável pela própria Pnad Contínua e pela Pesquisa Mensal de Emprego.
Na nota divulgada hoje, soma-se ao grupo mais três coordenadores entre eles o coordenador de Contas Nacionais, Roberto Luís Olinto Ramos, responsável pelo cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Segundo o comunicado à imprensa, não há qualquer suspeição por parte dos coordenadores sobre a integridade do Conselho Diretor do IBGE. Na reunião realizada entre o conselho e os coordenadores rebelados, na última sexta-feira, ficou acordada a instalação de um grupo técnico a partir desta segunda-feira para estudar e propor uma solução que mantenha as divulgações da Pnad Contínua.
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