Escolas apostam em fórmulas "agressivas"
De acordo com dados do EF English Proficiency Index (EF EPI) de 2012, divulgado em outubro pela escola de idiomas internacional Education First, que mediu o nível de fluência em inglês em 54 países, o Brasil ficou na 46.ª posição, um lugar nada agradável para quem está prestes a receber dois grandes eventos esportivos.
Para lidar com a falta de conhecimento (e de tempo), as escolas apostam em cursos rápidos e diversificados para que os brasileiros sejam capazes de travar pequenos diálogos em inglês. Para acelerar o aprendizado, a estratégia das redes de idiomas é dar prioridade ao vocabulário usado na rotina de cada profissional.
O grupo Multi começará a vender em todas as suas redes o guia "Brasil Bilíngue", com 2 mil expressões e verbos que, segundo a empresa, são usados no atendimento ao turista estrangeiro. Para reforçar a pronúncia de frases, o material virá acompanhado de uma caneta que lê microcódigos de barras e repete palavras e frases em inglês.
O Fisk tem um curso especial. Batizado de May I Help You?, ele é direcionado a profissionais de turismo, transporte e entretenimento.
Iniciativas
Em meio aos projetos de prefeituras, empresas e associações que tentam ganhar tempo e capacitar prestadores de serviço no país, algumas iniciativas estão em andamento no Paraná.
Em São José dos Pinhais, na RMC, o Shopping São José, localizado entre o aeroporto Afonso Pena e a Rodoferroviária, lançou um projeto de capacitação para funcionários.
De acordo com Liana Soifer, gerente de marketing do shopping, em apenas um ano o projeto já trouxe resultados. "São chefes de departamento, funcionários que lidam diretamente com o público, que já estão botando em prática aquilo que aprenderam na sala de aula", conta. "A ideia é que o shopping, independentemente do turno, sempre tenha alguém que saiba falar inglês", explica.
Fábio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar), também pretende lançar um projeto semelhante "Infelizmente, o nível de fluência ainda é muito baixo, mas estamos conversando com o Ministério do Turismo para criar um programa de inglês para os trabalhadores".
Faltando apenas 500 dias para o início da Copa do Mundo no Brasil, as principais franquias e escolas de idiomas do país estão apostando alto no crescimento de unidades e de alunos. Somente a Fisk, escola que tem mais de mil unidades no país (68 no Paraná), vai abrir 50 escolas em 2013.
De olho nos 600 mil turistas estrangeiros que vão desembarcar no país em 2014, as franquias querem conquistar novos estudantes, principalmente aqueles que vão lidar diretamente com o público: taxistas, vendedores, garçons, recepcionistas, vigilantes, policiais e auxiliares e de limpeza, perfil diferente dos tradicionais executivos e estudantes que atualmente lideram a presença nas salas de aula.
"Estamos sentindo o aumento na procura de pessoas interessadas em estudar e se qualificar para estes eventos", conta o Christian Ambros, diretor da Fundação Fisk, atualmente com 500 mil alunos matriculados. A expectativa de crescimento em 2013 é de 15%.
O grupo Multi, dono de dez escolas de idiomas e profissionalizantes como as redes Wizard, Yázigi, Skill, Microlins e People, registrou expansão média de 20% nos últimos anos e, segundo Arno Krug Junior, diretor de expansão do grupo, vai continuar crescendo no mesmo ritmo.
O plano de expansão é agressivo. Com 3 mil unidades em todos os estados brasileiros, a empresa pretende abrir mais 400 em 2013, ampliando em 15% a oferta de vagas para estudantes. "O cenário é positivo. Crescemos acima do PIB e vamos continuar crescendo. O brasileiro, principalmente a nova classe média, está consumido mais educação", diz.
Mercado regional
Depois do Sudeste, o Sul do país é a região que mais concentra a abertura de novas escolas pelas empresas de idiomas. Nos próximos dois anos, o grupo Multi quer abrir 100 unidades da Região Sul, sendo 20 apenas em Curitiba e Região Metropolitana (RMC).
Na Fisk, Sul e Sudeste registraram os maiores índices de expansão da rede. Segundo Christian Ambros, atualmente existem 40 mil alunos matriculados em escolas da Fisk no estado. "A meta é aumentar em 10% a 15% em 2013", diz.
O casal Edgar e Débora Grossi são os maiores franqueados da rede Wizard do Brasil. Eles mantêm dez escolas ativas (seis em Curitiba, duas em Maringá e duas em Jaú, no interior de São Paulo), cerca de 12 mil alunos, e têm planos de crescer nos próximos anos.
Segundo Edgar, Curitiba tem potencial para abrigar até quatro novas escolas da Wizard, nos próximos dois anos. "A demanda está crescendo muito rápido, a classe C está impulsionando o mercado, e vamos precisar investir", explica. Para ter uma ideia do crescimento do mercado curitibano, o empresário cita o caso da escola do bairro Jardim das Américas. "Ela foi ampliada três vezes nos últimos anos, por causa da demanda. Atualmente, só aquela unidade tem 2,5 mil alunos", conta.
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