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Comércio

Copa e eleições provocam otimismo

O ano de 2006 reúne dois grandes motivos de otimismo para o comércio varejista: a Copa do Mundo e as eleições. "São eventos conhecidos como injetores de consumo, e sempre jogam dinheiro no mercado", avalia o consultor Moacir Moura. Segundo ele, o mundial de futebol vai fazer a alegria de quem vende eletroeletrônicos e eletrodomésticos. "Dependendo das faixas de renda, o consumidor vai comprar uma tevê de 29 polegadas, ou uma de tela plana. Mas também vai querer comprar um móvel um pouco melhor para apoiá-la e, perto da Copa, camisetas e acessórios que lembrem a seleção brasileira", diz Moura.

Carlos Esteves, diretor da consultoria GO4, comenta que tem sido favorável o comportamento de dois importantes fatores para o comércio: a inflação e o salário. "O processo de dissídio coletivo das indústrias automobilísticas, por exemplo, ocorreu no fim do ano passado e já interfere na renda do trabalhador. Somado à queda da inflação nos últimos meses, isso aumenta o poder de compra do paranaense", diz Esteves.

Para ele, existe também um fator psicológico em jogo: a crise política esfriou e a percepção de crescimento no número de empregos – e de manutenção das vagas atuais – estimulam o consumidor a se endividar um pouco mais. Ferramentas como o crédito consignado (empréstimos com desconto em folha de pagamento), que tem juros menores que o crédito convencional (de 23% a 25% ao ano, contra 35% a 40%), motivam o brasileiro a "renovar o crédito". Em outras palavras, o consumidor pode fazer novos empréstimos com maior facilidade e continuar comprando enquanto paga as dívidas.

Esteves diz que no ano passado a lógica do comércio brasileiro se inverteu, e os resultados do primeiro semestre foram melhores que os do segundo. "Mas no fim do ano o varejo voltou a se aquecer, já refletindo algumas atitudes do governo federal que estimularam a economia."

Atitudes intimamente ligadas ao ano eleitoral, como a redução de impostos para estimular a construção civil – as vendas de cimento já estão crescendo, segundo Esteves – e a intensificação de obras públicas, observada também nos governos de vários estados. Construções desse tipo geram muitos empregos, cuja renda é transferida quase que imediatamente para o mercado.

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