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Comércio

Copa eleva vendas do vestuário em 30%

A Copa do Mundo nem começou e o comércio do vestuário já comemora. O faturamento do setor aumentou 30% em maio, e o mesmo resultado é esperado para junho. Isso porque as roupas foram os produtos ligados à copa mais procurados nas últimas semanas. "O consumidor, por enquanto, comprou mais itens de qualidade do que brindes", explica o vice-presidente da Associação Comercial de Curitiba, Élcio Ribeiro. Ele lembra que a moda verde-amarelo já começou em janeiro, nas praias. O presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário, Ardisson Akel, ainda não quantificou o aquecimento do setor. "Foi bastante localizado entre artigos esportivos e malharia", informa.

Com isso, não se estranha que nas lojas de roupa infantil Algodão Doce os itens relacionados tenham sido repostos três vezes. Entre as peças mais populares, os modelos de camiseta e jaqueta para crianças. Os tip-tops também fizeram sucesso, como comprova Simone dos Santos. "Meu bebê nasce em agosto, depois da copa, mas vai vestir uma roupinha com a bandeira e as palavras "bebê compeão".

Os adultos preferem comprar peças esportivas, como os moletons. A marca curitibana KAS desenvolveu 35 peças verde e amarelo com 7 mil itens, dos quais já vendeu 90%. Só com essa coleção, espera um faturamento de R$ 600 mil. "Se não tivéssemos esse mote de vendas, o número seria cerca de 30% menor", diz o gerente executivo, Reni Ercole. Ele já havia feito uma experiência com biquínis com o tema da bandeira do Brasil, que vendeu 6 mil unidades no verão. Nas vitrines da Hering, outra experiência, dessa vez com calcinhas. A loja do shopping Mueller vendeu todas que recebeu, a R$ 37,90 o kit com três unidades.

A tradicional camisa oficial do Brasil foi comprada por 150 torcedores no mês passado só na loja Az de Espadas da Rua XV, onde custa R$ 178. Mas foram as camisetas mais simples, estilo baby-look com "Brasil" estampado no peito, que fizeram a alegria do comércio de rua. A assistente administrativo Solange Santos, 24 anos, comprou cinco delas, a R$ 7 cada, e a estudante Ágatha Trezub vestiu ontem mesmo a que ganhou de presente da avó. "De dez unidades que vendo, oito são da copa", conta a vendedora da Silk Luck, marca que conta com cinco lojas em shoppings populares da cidade.

Proprietária da malharia Aderency, Maria Célia Menon fabrica essas camisetas, e espera uma alta no faturamento entre 30 e 40% no próximo mês, mesmo volume extra que vendeu na Copa do Mundo de 2002. Este ano ela contratou 15 pessoas para dar conta da produção, que também inclui bandeiras, pijamas, moletons com apliques de bandeira e calcinhas nas cores do Brasil.

Brindes

O varejo também já se abasteceu de brindes com motivo da copa, esperando a proximidade dos jogos para vendê-los. A bandeira de 60x40 cm feita pela Aderency sai a partir de R$ 0,85, preço que ela faz para lojas – desde as "R$ 1,99" até casas de fogos de artifício. Um dos clientes é a Fogos Lanza, cliente da Aderency, que espera aumento nas vendas de 70% – mas só se o Brasil for bem. "Ainda assim imagino que ficará abaixo do que vendemos em 2002, que foi um ano ótimo", prevê o proprietário Moisés Lanza Lopes. Ele compra brindes também em outros estados, mas o tradicional boné vem da capital nacional do produto: Apucarana.

É lá, no norte do Paraná, que a Cara Metade está produzindo 50 mil bonés da Copa para o comércio varejista, 90% para vender em outros estados. A proprietária, Nereide Moreira, espera aumentar o faturamento em 15% no período. "Vai ajudar, mas não vai superar a crise." Este ano o Tribunal Superior Eleitoral proibiu a distribuição de brindes de candidatos, que representavam o grosso da receita do pólo produtor.

Proprietária de uma oficina de ferramentaria, Sirlei de Oliveira Coelho mandou fazer 45 mil hastes de bandeira, e já vendeu 20 mil do modelo de 30x40 para lojistas. Ela contratou os serviços de Maria Célia para a costura da bandeira. "Os representantes vendem a maior parte, mas eu também encho o carro e levo para outras cidades", conta. Ela espera elevar o lucro mensal de R$ 35 mil para R$ 60 mil.

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