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Intercâmbio

Copa terá hotelaria “à portuguesa”

Nícolas Nering, de Curitiba, foi um dos selecionados para a bolsa | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Nícolas Nering, de Curitiba, foi um dos selecionados para a bolsa (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Cinquenta alunos de Turismo de todo o país embarcam no próximo dia 17 para uma temporada de aprendizado e aperfeiçoamento em práticas hoteleiras na Escola de Turismo e Hotelaria de Setúbal, em Portugal. O projeto – uma extensão do programa Ciência sem Fronteiras – teve o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o incentivo da rede hoteleira nacional, a maior interessada na admissão dos jovens com mão de obra qualificada para o segmento, principalmente por causa da Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016.

O Ministério do Turismo (MTur) vai investir R$ 800 mil nas matrículas, alojamento, alimentação, seguro e transporte dos 50 bolsistas. "A partir das notas do Enem, selecionamos os melhores alunos para o projeto-piloto, que começou a ser articulado em junho. Eles terão a oportunidade de aprender técnicas nos diversos níveis de hotelaria, além de estudar inglês. Na volta, vão replicar seus conhecimentos", explica o chefe da Assessoria Especial de Relações Internacionais do Ministério do Turismo (Mtur), Acir Pimenta Madeira Filho.

No fim do curso, além de gerar relatórios sobre a experiência, os estudantes poderão ser admitidos na rede hoteleira nacional. Os 26 associados do Fórum de Operadores de Hotelaria do Brasil (Fohb) vão oferecer 55 vagas para os estudantes do projeto. "Nossa intenção era também fazer parte do processo seletivo, para encaminharmos os bolsistas como trainees. Mas não foi possível, por causa da parceria com o programa Ciência sem Fronteiras, pelo caráter de formação do profissional", explica Flávia Matos, diretora executiva do Fohb.

A justificativa para a colaboração do Fohb com o ministério está no calendário. Há pelo menos 230 vagas nos hotéis da entidade que precisam ser preenchidas com mão de obra qualificada, especialmente com domínio em inglês, para a Copa de 2014. O projeto foi a alternativa mais rápida para dar conta da demanda. Mas, além do prazo apertado, o programa pode deixar a desejar na hora de contratar o estudante. "Limitar o critério de admissão às notas do Enem excluiu as escolas mais conceituadas do país. Teme-se pela característica muito acadêmica e pouco operacional dos candidatos", diz a diretora. Mesmo com as limitações, a entidade apoia o projeto. "Temos interesse em absorver os estudantes. Há vagas para isso".

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