Curitiba As tarifas da Copel para quem paga as contas em dia serão reajustadas a partir do primeiro dia de agosto. A maior parte da correção é efeito da retirada de um desconto médio de 8,2% que era mantido desde fevereiro. Além disso, a companhia repassou parte do aumento de 7,8% autorizado em junho pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em comunicado ao mercado, a empresa, no entanto, diz que mantém a política de desconto, que será, em média, de 7%.
Este já é o segundo aumento aplicado pela companhia paranaense em menos de um mês. No dia 26 de junho, as tarifas de energia elétrica foram corrigidas em 5,3% para repassar uma mudança nas alíquotas de cálculo de dois impostos, o PIS e a Cofins. Como o porcentual divulgado ontem é uma média das tarifas, é bastante provável que o segmento de baixa tensão tenha um reajuste menor. A Aneel havia determinado uma redução de 0,05% nas contas residenciais e isso deve pesar no cálculo da nova tabela.
A política de descontos nas tarifas foi criada em 2003 e mantida nos últimos dois aumentos autorizados pela Aneel. A Copel tem divulgado que a perda de receita é compensada, em parte, por índices de inadimplência mais baixos após a instituição do abatimento. Mesmo assim, a empresa calcula ter deixado de faturar R$ 1 bilhão após a adoção deste modelo.
Composição de custos
Nos últimos dois anos houve uma mudança profunda na composição dos custos da companhia, o que poderia inviabilizar os descontos. Ao invés de adquirir eletricidade de suas usinas, ela passou a comprar em leilões organizados pelo governo federal, o que no longo prazo tende a aumentar o preço médio pago pela Copel. O presidente da estatal, Rubens Ghilardi, diz que mudanças gerenciais fizeram com que custos internos caíssem e criaram espaço para um porcentual menor de reajuste.
Eficiência
"A queda dos custos gerenciáveis acabou reduzindo o impacto provocado pela variação da parcela não gerenciável, o que nos permite afirmar que os ganhos de eficiência conquistados pela Copel estão sendo repartidos com todos os seus mais de 3,2 milhões de clientes", afirma Ghilardi.