A inauguração oficial de sete parques eólicos da Copel na última semana marcou a consolidação dos primeiros investimentos da companhia no Rio Grande do Norte. Considerando apenas a energia já vendida em leilões, a companhia deve chegar a 2019 no grupo das 10 maiores geradoras de energia eólica do país em capacidade instalada, com 663,6 megawatts (MW) de potência e R$ 3,5 bilhões em investimentos. O avanço é significativo para projetos iniciados há cerca de três anos, mas há espaço para ir além.
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Embora cautelosa, a companhia não nega que estuda novos projetos eólicos na região onde sopram os melhores ventos do país. “Queremos aumentar nossa participação em eólicas, assim como em outras fontes, mas as condições de financiamento mudaram com as restrições de crédito do BNDES, principal financiador desses projetos”, avalia Luiz Fernando Vianna, presidente da Copel. “Isso exige uma análise maior das oportunidades para ver se a taxa de retorno é compatível ao investimento”, acrescenta.
A aposta em eólicas começou em 2013, quando a Copel Renováveis adquiriu os complexos eólicos São Bento e Brisa Potiguar das empresas Galvão Energia e Casa dos Ventos, respectivamente. Em três anos, o portfólio eólico da Copel cresceu para cinco complexos com energia contratada, dois deles – Cutia e Bento Miguel – ainda serão construídos. Por enquanto, sete parques de um total de 28 previstos até 2019 já estão em operação e outros oito devem ser inaugurados no segundo semestre. Somados os projetos com energia contratada, a energia eólica equivale a 12% da capacidade instalada do parque gerador da Copel, que atualmente é de 5,4 mil MW.
Momento
Escolhido como o destino dos R$ 3,5 bilhões em investimentos em eólicas com energia já contratada, o Rio Grande do Norte é hoje o maior gerador dessa fonte de energia no país. Com 813,7 MW de potência instalada em 2015, o estado potiguar passou o vizinho Ceará, que tem 497 MW de potência e foi pioneiro no desenvolvimento da fonte eólica. Com investimentos concentrados a mais de 3 mil quilômetros do Paraná, a Copel está de olho em novos projetos e não descarta a possibilidade de investir mais perto de casa, no vizinho Rio Grande do Sul, onde também há ventos propícios à geração eólica. Por enquanto, não há nada de concreto, mas a empresa está atenta às oportunidades, afirma Ricardo Dosso, diretor-presidente da Copel Renováveis.
A entrada em operação dos sete parques no Rio Grande do Norte colocou definitivamente a Copel em um setor que avança a passos largos no país. Segundo Elbia Gannoum, presidente-executiva da Abeeólica, associação do setor, a fonte eólica equivale a 4,8% da matriz elétrica nacional, com a potência instalada de 6,6 GW, atrás apenas da energia das hidrelétricas e da biomassa no grupo das fontes renováveis. Até 2023, a contribuição eólica deve saltar para 11,5% com uma potência instalada de 22 GW. “Como resultado apenas da energia já contratada, os montantes para o final de 2019 indicam cerca de 18 GW de eólica em operação na matriz energética brasileira”, afirma Elbia.