A Copel emitiu uma nota ao mercado com as explicações que a empresa deu à Comissão de Valores Mobiliários sobre os custos envolvidos com o atraso na construção da usina de Colíder, no Mato Grosso. Segundo a companhia, não há como calcular ainda o prejuízo provocado pelo atraso, calculado em 644 dias no pedido de “exclusão de responsabilidade” feito à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Uma conta publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo aponta para uma perda de R$ 720 milhões com o atraso de Colíder. À CVM, a Copel explicou que a Aneel aceitou a tese de que companhia não tem responsabilidade sobre 214 dias dos 644 dias de atraso, ou seja, ela não terá de arcar com as perdas de todo o período, como calculado pelo Estado. Como a decisão ainda não é final, a estatal paranaense ainda tenta aumentar o prazo de exclusão de responsabilidade, o que reduziria o prejuízo.
Outra explicação dada pela empresa é a de que ela pode usar energia gerada por outras usinas de seu portfólio para honrar os contratos de Colíder no período de atraso da obra. Isso significa que ela não teria de pagar o preço cobrado pela energia no mercado à vista, premissa usada na conta apresentada pelo jornal.
Assim, as perdas da empresa, na verdade, estariam na diferença entre o que ela ganharia se vendesse a energia no mercado à vista (o PLD, usado como referência neste caso é de R$ 388,48 por MWh) e o quanto ela ganha no contrato de venda de Colíder (R$ 134,95 por MWh). Esse prejuízo não pode ser calculado com precisão já que o preço no mercado à vista pode cair ao longo dos próximos meses.
Colíder deveria ter entrado em operação em dezembro de 2014 e o cronograma atual é para abril de 2016, diferença menor do que os 644 dias pleiteados na Aneel. Essa aceleração na obra, se bem sucedida, também reduziria a perda da Copel. A usina fica no Rio Teles Pires, no Mato Grosso, e terá capacidade para gerar 300 MW. Os atrasos ocorreram por causa de problemas ambientais e trabalistas.
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