A Companhia Paranaense de Energia (Copel) decidiu adotar uma medida extrema para tentar reduzir o atraso da Hidrelétrica de Colíder, que está em construção na região Norte do Mato Grosso. Por conta do abismo financeiro em que sua fornecedora de turbinas se meteu – a empresa argentina Wind Power Energia (WPE), controlada da Impsa –, a Copel partiu para um caminho nada usual: procurou diretamente cada um dos fornecedores de componentes que a WPE possui, renegociou contratos com essas empresas e passou a pagar diretamente cada um dos fabricantes, tudo para garantir a entrega do maquinário.
Por conta do acordo, a estatal paranaense passou a pagar diretamente empresas de países como Rússia, República Checa e Romênia. O receio era de que, caso pagasse à WPE pela fabricação das turbinas e demais equipamentos da usina, esse dinheiro não fosse usado pela contratada para adquirir os equipamentos de Colíder.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o diretor-presidente da Copel Geração e Transmissão S.A, Sergio Lamy, disse que a decisão contou com a colaboração da própria Impsa. A Copel chegou a analisar a possibilidade de trocar de fornecedor, mas dado o andamento da obra e as especificações técnicas das máquinas, não viu outra alternativa, a não ser seguir com o mesmo projeto até o fim.
“Tivemos de mapear todo o processo de fabricação, toda a cadeia de fornecimento. Vimos todos que estão por trás da WPE e fizemos contato com todos os fornecedores”, disse Lamy.
Atraso
A Hidrelétrica de Colíder está com seu cronograma absolutamente comprometido. Em construção desde 2011 no Rio Teles Pires, na porta de entrada da Amazônia, a hidrelétrica de R$ 1,5 bilhão deveria ser entregue este mês, mas problemas ligados a licenças ambientais, invasões, atos de vandalismo e greves levaram a Copel a pedir à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que a conclusão seja prorrogada para fevereiro de 2017.