O consórcio formado entre Copel e Eletrosul as duas maiores empresas de energia elétrica da Região Sul arrematou ontem em leilão o direito de construir e operar a usina hidrelétrica Mauá, no rio Tibagi, entre os municípios de Curiúva e Ortigueira, na região dos Campos Gerais. O lance vencedor feito pelas empresas foi de R$ 113,15 por megawatt-hora ganhava quem oferecesse a menor tarifa pela energia gerada. Se o consórcio conseguir vencer a batalha judicial com o Ministério Público Federal (MPF), que tenta impedir a construção da usina apontando problemas ambientais no projeto, a hidrelétrica Mauá deve entrar em funcionamento em 2011.
Os investimentos previstos pela Aneel para a construção da hidrelétrica eram de R$ 883 milhões, mas já chegam a R$ 950 milhões, principalmente por conta dos custos ambientais do projeto, explica o diretor de Geração, Transmissão e Telecomunicações da Copel, Raul Munhoz Neto. É o maior passo dado pela estatal paranaense desde a construção da usina de Caxias, em 1999. O presidente Rubens Ghilardi conta que cerca de 60% dos recursos serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Já estávamos em negociação com o banco. Os outros 40% serão de capital próprio e também vamos buscar no mercado", afirma Ghilardi. A Copel tem 51% do consórcio e a Eletrosul, 49%. O investimento e a receita da usina, segundo o presidente, também serão divididos nesta proporção.
A hidrelétrica terá potência instalada de 363 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes. Toda a futura produção de eletricidade da usina foi vendida ontem mesmo, em leilão seguinte ao que decidiu a quem caberia a construção e operação de Mauá. Também foram a leilão ontem as usinas de Cambuci e Barra do Pomba, no Rio de Janeiro, e a hidrelétrica de Dardanelos, no Mato Grosso.
A parceria entre Copel e Eletrosul não participou destas disputas. "A parceria pode funcionar no Brasil inteiro, mas a nossa prioridade por enquanto é o Paraná", diz o presidente da Copel, Rubens Ghilardi.
A paranaense J. Malucelli venceu a concorrência para a construção da usina, o que deve consumir cerca de 40% do investimento. Turbinas, geradores e equipamentos complementares serão fornecidos pela GE Hydro.
O sucesso da parceria Copel-Eletrosul no leilão de ontem é mais um marco da volta da Eletrosul ao mercado de geração de energia, posição que perdeu em 1998, quando o parque gerador da empresa foi privatizado. Além de Mauá, a empresa projeta a construção de quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCH) em Santa Catarina e uma hidrelétrica no Rio Grande do Sul.
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