As principais fontes de recursos para o investimento de R$ 3,15 bilhões programado para 2016 serão o próprio caixa da Copel e financiamentos, preferencialmente do BNDES.
A companhia também quer emitir debêntures (títulos de dívida), mas vai esperar o mercado se tranquilizar. O objetivo é fazer a emissão até o fim deste semestre.
Segundo o presidente da Copel, Luiz Fernando Leone Vianna, parte dos recursos que a empresa quer levantar vão para 13 parques eólicos que ela começou a construir no Rio Grande do Norte, ao custo de R$ 720 milhões. “Vamos tocar essas obras com nosso fôlego até sair o financiamento do BNDES”, diz o executivo.
Outra possibilidade é a emissão de debêntures a serem adquiridas pelo próprio BNDES, corrigidas pela TJLP, hoje em 7,5% ao ano – juro muito inferior ao exigido pelo mercado. A companhia fez operação parecida no início do ano, quando captou R$ 300 milhões com o banco.
Classificação de risco
Criticado pela oposição a Beto Richa, em especial pelo senador Roberto Requião, o aumento da dívida da Copel parece não despertar maior preocupação no mercado financeiro. Sinal disso é a classificação de risco da empresa, de grau de investimento, com nota AA+ pela agência Fitch.
Victor Martins, analista da corretora Planner, vê a situação da estatal como confortável. “O aumento da alavancagem foi feito de forma consciente, dentro de um projeto bem pé no chão, em que a empresa investiu em ativos que fazem sentido e agregam valor. Até o momento ela tem sido vencedora nessas escolhas”, avalia.
Para Martins, a queda nos dividendos é uma medida “salutar” no cenário atual. “Num tempo de dinheiro escasso e mais caro, vale mais a pena reter esses recursos e investir em projetos que vão dar retorno no médio e longo prazo do que fazer uma distribuição maior de lucro e ter de buscar mais dinheiro no mercado”, diz o especialista.