A Copel decidiu entrar no mercado de comercialização de energia elétrica com o lançamento da Copel Comercialização SA. A subsidiária foi criada a partir da reestruturação da Copel Participações SA, que muda de nome e função.
Com a reestruturação, a gestão que era feita pela Copel Participações será assumida pela área de controladoria da holding. Ao mesmo tempo, a estrutura do braço de participações passa a se dedicar ao novo negócio de comercialização, área que vem crescendo no país e que pode se tornar uma nova fonte de receitas para a companhia.
A Copel Participações era uma subsidiária que tinha como objetivo gerir ativos nos quais a empresa tinha alguma participação, como usinas, linhas de transmissão e negócios em saneamento. A gestão desses negócios, no entanto, era compartilhada com as áreas operacionais. Com a mudança, a controladoria da empresa passa a analisar atos de gestão, como indicadores operacionais e balanços, ao mesmo tempo em que a gestão operacional dos negócios ganha mais autonomia.
“Não havia uma distinção muito clara entre as áreas de gestão. A mudança vai tornar mais eficiente a administração das participações”, esclarece o diretor presidente da Copel Participações, Reinhold Stephanes.
Ponte
A estrutura antes dedicada a gerir participações será o embrião do negócio de comercialização. Ele fará a ponte entre geradores e grandes consumidores de energia, que estão no mercado livre – no qual o consumidor escolhe de qual gerador compra a eletricidade.
Esse mercado já representa 30% do consumo no Brasil e tende a crescer porque pode garantir custos menores e mais estáveis aos consumidores, em especial na indústria. O primeiro objetivo da comercializadora é expandir a venda de energia da própria Copel no mercado livre. Hoje, cerca de 20% das vendas da empresa são nesse segmento.
“Calculamos que temos hoje mil clientes que poderiam migrar para o mercado livre. Desses, cerca de 200 já indicaram que querem mudar”, conta Stephanes. Para a Copel, ter uma empresa própria para atender essa frente pode acelerar a transição dos clientes e abrir um novo mercado, que hoje é dominado por cerca de dez grandes comercializadoras. “Em um segundo momento, vamos entrar no mercado em geral comprando e vendendo energia. A tendência é que o mercado livre seja maior que o cativo”, completa o executivo.