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Energia

Copel mudará postura em leilões

Ravedutti: investimeno na Arena é proibido por contrato de concessão com a Aneel. | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Ravedutti: investimeno na Arena é proibido por contrato de concessão com a Aneel. (Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo)

O economista Ronald Thadeu Ravedutti assumiu ontem a presidência da Copel prometendo "mais audácia" nos próximos leilões de eletricidade. Funcionário de carreira da estatal indicado pelo governador Orlando Pessuti, o novo presidente quer fazer propostas mais ousadas para arrematar concessões de usinas e linhas de transmissão, e não descarta disputar projetos em locais distantes do Paraná. Além de usar recursos próprios da companhia – que tem R$ 1,6 bilhão em caixa, mais que a soma de todas as dívidas –, Ravedutti pretende remover barreiras que hoje restringem a captação de recursos pela empresa.Essa estratégia, que a princípio será executada nos próximos oito meses, até o término do mandato de Pessuti, contraria o processo de expansão mais cauteloso e "caseiro" defendido pelo antecessor de Ravedutti. O ex-presidente Rubens Ghilardi considerava "aventura" lutar por usinas como a de Belo Monte, no Pará, e defendia crescer primeiro no Paraná e na Região Sul. Nos cinco anos da gestão de Ghilardi, a Copel arrematou a hidrelétrica de Mauá, em construção nos Campos Gerais, mas perdeu a concorrência da usina de Baixo Iguaçu (Sudoeste do Paraná) e descartou Belo Monte.

Ontem, Ravedutti deu a entender que quer mais do que isso. "Não podemos permanecer assistindo ao gradativo e contínuo declínio da contribuição da Copel na oferta de eletricidade do país. Precisamos recuperar nossa condição histórica de grande empresa geradora e transmissora de energia elétrica", afirmou, no discurso de posse.

Hoje, a Copel é responsável por 4,8% da energia gerada no país e por apenas 2,5% do mercado de transmissão. O programa de investimentos da estatal neste ano é o maior de sua história, de R$ 1,343 bilhão, mas, à exceção da verba para Mauá (R$ 323 milhões), o montante destinado à área de geração e transmissão é de apenas R$ 176 milhões. Curiosamente, o maior volume de recursos (R$ 762 milhões) vai para a área de distribuição, comandada por Ravedutti até anteontem.

Caixa cheio

Em conversa com jornalistas, o novo presidente manifestou incômodo com o caixa da companhia, que cresce à medida que ela acumula lucros sem assumir novos projetos de grande porte – reserva formada para contornar restrições que existem na contratação de empréstimos. "Como passei pelas áreas financeira e de gestão em todo esse tempo na Copel, às vezes fico muito preocupado com o volume de recursos que temos no caixa. Precisamos achar bons projetos, que ajudem a Copel a aumentar sua participação no cenário nacional. Vou procurar dar um pouquinho mais de agilidade, um pouquinho mais de audácia, nos empreendimentos de que a companhia possa participar", disse o executivo.

Ravedutti, no entanto, não quis dar nome às aquisições que a estatal pensa em fazer, nem às usinas ou linhas de transmissão que poderá disputar até o fim do ano. "Vamos avaliar todas as oportunidades. Todos os investimentos que forem bons para o Paraná e bons para a Copel serão avaliados com muito carinho", repetia o novo presidente, sempre que questionado sobre negócios específicos, como a hipótese de a estatal se associar ao projeto de Baixo Iguaçu e de comprar a distribuidora Celesc. Em março, Rubens Ghilardi declarou que a Copel tinha interesse em comprar a concessionária catarinense, mas desde então a empresa desmente qualquer negociação, postura mantida ontem por Ravedutti.

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