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Setor elétrico

Copel pede à Aneel aumento de 32,4% na tarifa de energia

Se o reajuste solicitado for autorizado integralmente, a tarifa residencial cobrada pela Copel vai atingir o maior valor da história | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Se o reajuste solicitado for autorizado integralmente, a tarifa residencial cobrada pela Copel vai atingir o maior valor da história (Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo)

A Copel solicitou um reajuste médio de 32,4% na tarifa de energia que será aplicada aos consumidores no próximo dia 24 de junho. É o maior pedido de aumento entre todos os apresentados pelas distribuidoras à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A solicitação foi encaminhada no último dia 30 e será apreciada pela agência em reunião marcada para a próxima terça-feira, dia 17. Se o reajuste for autorizado integralmente pela Aneel, a tarifa residencial cobrada pela Copel vai atingir o maior valor da história da empresa.

O item que mais pesou na composição do Índice de Reajuste Tarifário Pleiteado (IRT) foi a compra de energia, que equivale a 19,1% do total solicitado pela companhia neste ano. Esse custo foi fortemente pressionado pela queda do nível dos reservatórios de hidrelétricas e pelo acionamento constante das usinas térmicas. O valor representa aumento de quase nove pontos porcentuais em relação ao mesmo custo apresentado em 2013 (10,4%). Essas despesas compõem a chamada "parcela A", referente aos custos não gerenciáveis, ou seja, aqueles sobre os quais a empresa não tem controle.

Completam ainda o porcentual solicitado pela Copel 1,5% da "parcela B", formada basicamente pelos custos operacionais da companhia, e outros 11,8% dos componentes financeiros, que representam a diferença entre as despesas que a empresa já pagou e o que ela recebe por meio das tarifas, e que precisa ser compensado ao longo dos próximos 12 meses.

No custo dos componentes financeiros estão inclusos 5,1% do reajuste tarifário de 2013 autorizado pela Aneel que não foi repassado ao consumidor. Na ocasião, a pedido do governo do estado, a Aneel permitiu o parcelamento do aumento concedido de 14,6%, aplicando um aumento médio de 9,5% em 2013 e deixando o restante para entrar no cálculo da tarifa deste ano.

Segundo Vlademir Santo Daleffe, diretor-presidente da Copel Distribuição, o custo da compra de energia foi o principal fator de pressão no pedido de reajuste da companhia. Com o fim de contratos importantes no fim de 2013, a Copel passou a ser uma das distribuidoras mais expostas (com uma demanda maior do que pode entregar), tendo que comprar energia no mercado livre (espécie de bolsa). "Ficamos muito descontratados justamente no momento em que os reservatórios começavam a baixar e o preço da energia começou a ser fortemente impactado pelo uso constante das térmicas", explica.

Pressão

A diferença de preço dos contratos antigos em relação à energia contratada nos últimos leilões também pressionou a "parcela A". A energia contratada no leilão A-0, realizado em maio deste ano, custa o dobro da média dos contratos da companhia (R$ 270 o megawatt/hora contra R$ 130 MWh). "Como o reajuste da Copel acontece em junho, a companhia ainda consegue compensar essa diferença na tarifa deste ano. Esse é um dos motivos pelos quais o porcentual de aumento apresentado à Aneel é o maior entre as distribuidoras", afirma Daleffe.

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