A Copel Distribuição solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que o reajuste anual das tarifas de energia elétrica no Paraná seja de 4,52%, em média. Mesmo que a Aneel autorize esse reajuste médio, a avaliação do mercado é de que as tarifas para o consumidor residencial tendem a cair, sendo compensadas por um aumento no valor cobrado das indústrias. Foi o que aconteceu nos últimos dois anos, em linha com uma política de reduzir subsídios ao setor industrial.
A definição sai na próxima terça-feira, quando a diretoria da agência reguladora se reúne, em encontro transmitido via internet, para decidir qual será o aumento autorizado às companhias de distribuição de cada estado. O resultado da reunião será publicado no Diário Oficial dois dias depois, e os reajustes serão aplicados a partir do dia 24.
A Aneel é quem vai definir o aumento máximo permitido para os consumidores conectados à baixa tensão (residências e comércio de pequeno porte) e para a alta tensão (principalmente indústrias). O objetivo declarado da agência é acabar com o "subsídio cruzado", prática na qual as residências pagam tarifas mais altas para permitir que a energia consumida pelas indústrias seja mais barata. Em 2005, a tarifa para os consumidores conectados às linhas de baixa tensão caiu 0,05% no Paraná, frente a um aumento médio de 7,8% na soma de todas as categorias. No ano passado, a queda para a baixa tensão foi ainda maior, de 12,71%, frente a um aumento de 1,44% para os consumidores de alta tensão, o que resultou em reajuste médio de 5,12%.
No pedido encaminhado à Aneel, a Copel informa que nos cálculos para a apuração do reajuste solicitado foram consideradas as projeções para o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), além da cotação do dólar. Outros itens foram computados, como o passivo referente ao programa Luz Para Todos, o passivo da usina hidrelétrica de Foz do Chopim e um recurso administrativo para ajuste financeiro relativo ao reajuste de 2006.
A Copel atende 3,367 milhões de consumidores de 393 municípios paranaenses, atingindo um total estimado de 9,8 milhões de habitantes. O consumo de energia elétrica da distribuidora representa uma receita anual de aproximadamente R$ 3,9 bilhões.