A Copel anunciou que deve investir R$ 553 milhões em 2006. O plano da companhia prioriza a área de distribuição, que contará com R$ 317 milhões para projetos de expansão e melhoria da rede. Pouco mais da metade desses recursos será usada para conectar 80 mil novos usuários ao sistema de energia elétrica e o restante na adequação das linhas para uma demanda maior.
A empresa ainda quer aplicar R$ 176,8 milhões no segmento de transmissão, R$ 35 milhões na área de telecomunicações, R$ 21,6 milhões em geração e quase R$ 2,5 milhões em outros serviços. Uma parcela de R$ 100 milhões do pacote de investimentos é formada por recursos do orçamento de 2005 que não foram gastos antes do fim do ano. A previsão era que a companhia gastasse R$ 490 milhões no ano passado. De acordo com o diretor de relações com investidores da Copel, Paulo Roberto Trompczynski, o orçamento não foi executado porque houve atrasos em licitações.
Os recursos reservados para a área de geração não englobam a construção de novas usinas. A Copel tem interesse em participar da licitação em que será escolhida a empresa que erguerá a hidrelétrica de Mauá, no Rio Tibagi, com capacidade de gerar 380 MW. O governo federal estuda fazer a concorrência até maio. Caso saia vencedora, a companhia paranaense reforçará o orçamento de 2006. "Neste caso, faremos uma nova programação de investimento, sem retirar recursos de outras áreas", diz Paulo Roberto. A Copel deve entrar no leilão como sócia majoritária em uma parceria com a Eletrosul.
O analista Rafael Quintanilha, da corretora Ágora Sênior, diz que o foco na distribuição e a parceria com a Eletrosul são sinais de que a Copel busca mais rentabilidade. "O consumo residencial é importante para a saúde financeira das distribuidoras porque é ali que se cobra a tarifa cheia", explica.
Na avaliação de Quintanilha, a companhia tem ainda a possibilidade de aumentar o faturamento com a revisão da política tarifária para alavancar investimentos. Hoje, os consumidores que pagam em dia têm um abatimento médio de 7% em suas contas. Segundo o analista, o mercado tem dúvidas sobre a duração do desconto. "A Copel teria mais folga para investir sem comprometer a lucratividade se cobrasse a tarifa autorizada", comenta.