A Companhia Paranaense de Energia (Copel) planeja investir R$ 2,26 bilhões em 2012, quase 10% a mais que o previsto para este ano. O programa, anunciado ontem, foi aprovado na terça-feira pelo conselho de administração da estatal. Se realizado, o volume programado para o ano que vem será o maior da história da companhia. O recorde atual, de R$ 1,03 bilhão, foi estabelecido em 2010 e provavelmente será superado ao fim deste ano.
Nos últimos anos, a maior parte dos recursos vinha sendo destinada à área de geração e transmissão. Mas, em 2012, o segmento de distribuição responsável pelo "transporte" da eletricidade das subestações até os pontos de consumo terá uma leve predominância no orçamento: deverá receber R$ 1,11 bilhão, o equivalente a 49% do total. De acordo com a empresa, o dinheiro será usado na ampliação, reforço e modernização do sistema. A divisão de geração e transmissão ficará com R$ 1,07 bilhão (47%). Os 4% restantes, cerca de R$ 83 milhões, vão para a área de telecomunicações.
Na comparação com os montantes planejados para 2011, o orçamento da distribuição será 18% maior no ano que vem, enquanto o de geração e transmissão crescerá 4%. Por outro lado, a verba para telecomunicações cairá quase 20%. Segundo a Copel, esses valores não incluem eventuais aquisições ou novas concessões e nem investimentos feitos por suas empresas coligadas e controladas.
Baixa execução
Apesar do elevado montante projetado para 2012, a Copel tem dificuldade em executar os investimentos planejados para este ano. O orçamento de 2011 previa a aplicação de R$ 2,07 bilhões, mas, de janeiro a setembro, a empresa desembolsou pouco menos de R$ 970 milhões, segundo o balanço do terceiro trimestre. Ou seja, decorridos três quartos do ano, só 47% do previsto foi aplicado.
No mesmo período, a área de geração e transmissão desembolsou R$ 545 milhões, 53% do projetado para todo o ano. Na hidrelétrica de Mauá, nos Campos Gerais, que inicialmente ficaria pronta neste ano mas sofreu uma série de atrasos, a Copel investiu R$ 171 milhões, quase R$ 7 milhões a mais que o previsto. Mas as obras da usina de Colíder, em Mato Grosso, e da pequena central hidrelétrica (PCH) Cavernoso II, no Centro-Sul do Paraná, estão mais lentas, com execução de, respectivamente, 47% e 27% do planejado.
As obras de Colíder chegaram a ficar duas semanas paradas, entre setembro e outubro, por decisão da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso. Na semana passada, a Justiça Federal de Mato Grosso decidiu suspender o licenciamento ambiental da hidrelétrica e de outras duas usinas programadas para o Rio Teles Pires, o que pode gerar novos atrasos.
O segmento de telecomunicações executou, em três trimestres, 53% do previsto para o ano, aplicando R$ 54 milhões até setembro. O porcentual mais baixo é o da distribuição, que investiu R$ 369 milhões no período, apenas 40% do orçado.