Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Energia

Copel quer vender produção da termelétrica já no fim de 2007

A Copel planeja vender a energia gerada pela Usina Elétrica a Gás (UEG) de Araucária a partir do fim de 2007, depois que a usina estiver adaptada para funcionar com outros combustíveis, além do gás natural. Embora a estatal tenha adquirido a termelétrica com a idéia de vender sua energia no mercado regulado a partir de 2010, existe a possibilidade de, antes disso, atender a demanda dos chamados "consumidores livres" (grandes empresas).

A tendência é de que essa energia seja gerada a partir de diesel ou biodiesel, combustíveis mais caros, já que a Petrobrás só garante o fornecimento de gás natural a partir de 2010. O custo para tornar a UEG bicombustível ou tricombustível será de R$ 40 milhões. Simulações realizadas pela Copel indicam que a compra do diesel custará o equivalente a US$ 15 por milhão de BTU (unidade de medida de energia calorífera). O gás natural, por sua vez, deverá ficar em US$ 6 por milhão de BTU em 2010.

"Estamos sentindo uma procura muito grande por parte de consumidores livres do Paraná e de outros estados, que querem expandir sua produção. Estamos apostando que virão nos procurar e que conseguiremos vender essa energia, mesmo que a preço alto", disse o diretor presidente da Copel, Rubens Ghilardi, em entrevista à Gazeta do Povo. O executivo disse acreditar que, se as empresas interessadas não forem "eletrointensivas" (que têm energia elétrica como custo preponderante, em função do grande consumo), estarão dispostas a pagar mais caro porque, segundo ele, o país terá pouca oferta de energia entre 2007 e 2010.

Ghilardi reiterou que, apesar da expectativa de atuar no mercado livre nesse período, a prioridade da Copel é fornecer energia ao mercado regulado. "Nesse mercado, são contratos de 15 anos, com garantia de venda. Você tem retorno sem risco." Por isso a UEG Araucária vai participar do próximo leilão de energia nova da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – que deve ser marcado para o início do ano que vem e comercializará a energia que será fornecida a partir de 2010.

Segundo o diretor-presidente da Copel, a estatal desembolsou R$ 4 milhões para fazer ajustes técnicos que permitissem o funcionamento da usina desde 9 de setembro, atendendo ao pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A estiagem prolongada reduziu o nível de água dos reservatórios de hidrelétricas do Sul e do Sudeste, o que exigiu o funcionamento de termelétricas como a UEG – que tem capacidade de gerar 480 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade de 1,5 milhão de habitantes.

Quem está bancando o custo de operação da usina neste período emergencial, que deve durar pelo menos até o fim de outubro, é a Aneel. O ONS se comprometeu a minimizar as oscilações da freqüência do sistema elétrico brasileiro – que em condições normais a UEG não suportaria, segundo a Copel –, e a Petrobrás cortou o gás natural fornecido a outras térmicas para poder abastecer temporariamente a usina paranaense. Além disso, a Siemens-Westinghouse, fabricante das três turbinas da UEG, deu garantias de que as turbinas não serão prejudicadas pelo gás que está sendo fornecido pela Petrobrás, que está "menos impuro" que há dois anos.

Depois do fim desse período emergencial de geração de energia, a UEG deve passar por novos reparos, para corrigir outras "pendências técnicas, operacionais e de segurança" – trabalho para o qual a Copel reservou R$ 7 milhões. Parte desse valor poderá ser destinado ao conserto da unidade de processamento de gás. "Vamos avaliar se a UEG vai precisar dessa unidade para poder funcionar sem riscos. Se precisar, a gente conserta. Se o gás vier limpo, daí poderemos vendê-la para a Petrobrás", revelou Ghilardi.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.