484,5 megawatts é a potência máxima da UEGA. A energia gerada por ela abastece as regiões Sul e Sudeste por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN). A usina é uma das mais eficientes do país, pois funciona com ciclo combinado duas turbinas são movidas a gás, e a terceira, pelo vapor recuperado das duas primeiras. Segundo dados do ONS, a UEGA é a termelétrica que mais tem gerado energia na Região Sul, e a quinta no ranking nacional. Assim como boa parte das usinas térmicas do país, ela funciona como uma espécie de "reserva de emergência": só é acionada quando os reservatórios de hidrelétricas estão baixos. Como as chuvas têm sido insuficientes para dar conta da demanda por energia, a UEGA tem funcionado praticamente sem interrupções desde 2013.
A Copel reassumiu no último sábado o controle da Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEGA), após sete anos de arrendamento da termelétrica à Petrobras.
O contrato de aluguel com a estatal havia vencido em dezembro, e foi estendido até janeiro. Em razão da elevada demanda e dos altos preços pagos pela energia térmica, a Copel considerou mais vantajoso retomar a operação da usina a estatal paranaense é dona de 80% da UEGA, e os 20% restantes pertencem justamente à Petrobras.
O suprimento de combustível será garantido pela Compagas, concessionária responsável pela distribuição de gás natural canalizado no estado, também controlada pela Copel. A Compagas anunciou ontem que, na sexta-feira, firmou um contrato de R$ 1,5 bilhão com a Petrobras para fornecimento do combustível por um ano.
"Antes, a própria Petrobras era a fornecedora do gás natural que abastecia a UEGA e pagava uma espécie de aluguel pelo uso do sistema da Compagas. Nem a Copel nem a Compagas operavam, de fato, o sistema. Agora, nós vamos comprar o gás da Petrobras e vendê-lo à térmica de Araucária", disse Luciano Pizzatto, presidente da Compagas.
Gás mais caro
A Gazeta do Povo apurou que o novo preço do gás natural é mais alto que o cobrado enquanto a Petrobras era a operadora da termelétrica, mas nenhuma das empresas envolvidas forneceu mais detalhes. Procurada, a Petrobras informou que não comentaria o assunto. A Copel também não se manifestou até o encerramento desta edição.
Como o valor do combustível é mais elevado, o custo variável unitário (CVU) da UEGA também aumentou, o que terá impacto sobre o preço da energia fornecida ao Sistema Interligado Nacional (SIN) valor que é "rateado" entre todos os consumidores. Mesmo assim, em consequência do cenário crítico de geração de energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) teria autorizado a operação a custo mais elevado.
Arrendamento
O primeiro contrato de aluguel da UEGA para a Petrobras foi firmado em 28 de dezembro de 2006. Desde então, o acordo vinha sendo prorrogado, e a geração térmica era colocada à disposição do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ou comercializada pela Petrobras. Além de um valor fixo, a Copel também recebia uma parcela variável, proporcional à quantidade de energia gerada pela UEGA.
Segundo Pizzatto, existia desde 2012 uma discussão para que a Copel voltasse a operar a UEGA, porém havia incerteza sobre o cenário para as usinas termelétricas. Como elas foram acionadas praticamente o ano todo em 2012 e 2013, demonstrando que a operação era viável, a Copel considerou todos os valores envolvidos na geração térmica e decidiu retomar a operação, explicou.
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