Depois de investir bilhões de reais em regiões distantes do Paraná, a Copel voltará a concentrar esforços no estado. Na falta de grandes leilões na área de geração de energia, a companhia avisa que entrará com apetite nas licitações de sistemas de transmissão que o governo federal está preparando.
Estão na mira da estatal as concessões de três lotes de empreendimentos no Paraná e em Santa Catarina que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve leiloar em 2017 e 2018. Eles somam quase 2 mil quilômetros de linhas e devem exigir investimentos próximos de R$ 3 bilhões, segundo o diretor-presidente da Copel Geração e Transmissão, Sergio Lamy.
“Conforme nosso planejamento estratégico, neste momento estamos dando prioridade a investimentos no estado do Paraná”, diz o executivo. “Com isso, temos uma sinergia muito maior com os ativos, recursos humanos, com tudo o que temos aqui no Paraná. Conseguimos otimizar custos de operação e manutenção. Temos uma facilidade muito maior para construir dentro do estado, então o risco é menor.”
O executivo vê uma “conjunção de fatores muito favoráveis” para os planos da Copel. Entre eles, o fato de que a oferta de grandes empreendimentos no Paraná ocorre depois de o governo federal melhorar as taxas de retorno dos leilões de transmissão. Nos últimos anos, várias licitações terminaram sem atrair interessados. “Os retornos ficaram bastante interessantes, porque a Aneel revisou as receitas das concessões. Houve uma melhoria sensível nesse sentido”, diz Lamy.
A Copel planeja investir R$ 301 milhões em linhas de transmissão neste ano, 57% menos que o programado para o ano passado (R$ 697 milhões). A explicação para a retração é que a maior parte dos empreendimentos que a empresa vinha tocando nessa área foi concluída em 2016 ou está chegando à fase final.
A maior parte do orçamento de transmissão deste ano será aplicada nas linhas Araraquara (SP)-Taubaté (SP); Assis (SP)-Londrina; Curitiba Leste-Blumenau (SC); Foz do Chopim-Realeza; e num conjunto de 885 quilômetros de extensão entre Araraquara (SP) e a subestação de Bateias, em Campo Largo, na região de Curitiba. E deve ter início neste ano a construção de uma linha subterrânea de oito quilômetros sob a Avenida das Torres, entre o bairro Uberaba e o Centro de Curitiba.