Atualizado em 18/10/2006 às 20h37
Em rápida reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou as expectativas do mercado financeiro e reduziu, nesta quarta-feira (18), a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Este foi o décimo primeiro corte consecutivo na taxa básica de juros da economia brasileira, que chegou novamente ao seu menor nível desde sua criação, em 1986.
A decisão da diretoria do Banco Central foi unânime, e não foi estabelecido um viés - deste modo, os juros permanecerão neste patamar até o próximo encontro do Copom, marcado para 28 e 29 de novembro. O BC vem reduzindo os juros desde setembro do ano passado. Desde então, os juros recuaram seis pontos percentuais.
Apesar de os juros estarem no menor nível da história brasileira, em termos reais, isto é, descontada a inflação, eles ainda são os mais elevados do planeta. Atualmente, os juros reais no Brasil estão em 9,3%, ou seja, no patamar de um dígito - o que já ocorria desde a reunião de agosto. O segundo colocado no ranking dos juros reais é a Turquia, com 6,2% ao ano, seguida pela China (4,8% ao ano).
Ao final do encontro de hoje, a assessoria de imprensa do Banco Central divulgou a seguinte frase: "Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 13,75% ao ano sem viés".
Política Monetária
O Banco Central fixa a taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, com base no sistema de metas de inflação, ou seja, determina um objetivo de inflação a ser buscado. Estas metas são definidas pelo presidente do BC, e pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, tendo por base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Tanto para 2006 quanto para o ano que vem, a meta de inflação fixada pelo governo federal é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% neste ano e em 2007 sem que a meta seja formalmente descumprida.
A atuação da política monetária já está mais voltada para o ano que vem. Isso por que os efeitos das alterações dos juros são plenamente sentidos na economia depois de seis meses. A estimativa do mercado financeiro para o IPCA de 2007 está em 4,20%, ou seja, abaixo da meta central de inflação (4,50%). Com base nesta projeção, estima-se que o BC prosseguirá baixando os juros nos próximos encontros.
Além da redução da estimativa de inflação para 2007, outro fator que contribui para a redução dos juros no encontro do Copom é a queda recente do preço do petróleo no mercado internacional. A explicação é que um preço mais elevado do petróleo poderia gerar reajustes no preço da gasolina no Brasil.
Veja gráfico do G1 que compara a Selic e os juros bancários ao consumidor
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