O dólar ignorou o clima pesado no mercado externo e fechou no menor nível em mais de sete anos nesta quinta-feira, influenciado pela decisão do Banco Central de deixar inalterado o juro brasileiro.
A moeda norte-americana fechou cotada a 1,788 real, em baixa de 1,92 por cento. É a menor cotação de fechamento desde 1o de agosto de 2000. No mês, o dólar já acumula queda de 2,56 por cento.
Ainda que esperada por parte do mercado, a decisão do BC reforçou as apostas pela queda do dólar no Brasil. Isso porque, com a possibilidade de novos cortes do juro norte-americano, "vai ter uma enorme diferença entre o juro doméstico e o internacional, que traz o apetite do investidor para os ativos brasileiros", disse Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy.
A forte queda do dólar nesta sessão, porém, ainda não foi causada pela chegada desses investidores, e sim pela própria expectativa de ingressos futuros, explicou Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper, no Rio de Janeiro.
De acordo com Knauer, os bancos ficaram menos interessados em comprar dólares nesta sessão, já que a perspectiva agora é de que a moeda perca ainda mais valor.
"O fluxo do dia-a-dia mesmo (já) tem sido positivo. A questão é que às vezes ele é absorvido pelos bancos", disse.
Praticamente sozinho nas compras, o BC não teve força para sustentar a cotação da moeda. No leilão realizado pouco antes das 13h, a autoridade monetária definiu taxa de corte a 1,8084 real e, segundo operadores, aceitou ao menos uma proposta.
Outro fator que poderia ter limitado a queda da moeda norte-americana foi o desempenho fraco das bolsas de valores em todo o mundo, influenciadas por resultados corporativos ruins nos Estados Unidos. Mas, ao contrário dos últimos dias, o mercado de câmbio esteve "totalmente descolado", disse Knauer.
Para as próximas sessões, os agentes esperam que a tendência de baixa seja reforçada. A expectativa, no entanto, reside na reunião do Federal Reserve no final do mês, que pode cortar novamente o juro norte-americano e dar mais força à valorização do real.
Para Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio da corretora Action, os indicadores externos não indicam claramente se haverá corte, mas quem ainda aposta na alta da moeda norte-americana precisa ter cuidado. "O bom senso recomendaria", comentou.
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