A queda de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, determinada nesta noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom), já era esperada pelo mercado, afirma o economista Alcides Domingues Leite, da Universidade Trevisan. De acordo com ele, esse ritmo de queda deve ser mantido até as eleições.
- Era previsível. O Copom deve seguir nessa 'toada' até as eleições já que as perspectivas para a inflação, medida pelo IPCA, são de 4,5%, exatamente o centro da meta prevista pelo Banco Central - diz Leite.
O economista explica que não há indicativos de alta para o IPCA, já que os preços administrados devem ter um baixo reajuste este ano e os preços livres não estão apresentando muita oscilação.
- As commodities ainda dependem dos preços internacionais e do dólar. Apesar da alta recente nestes dois itens, não há indicativos de que eles continuarão a subir - afirma Leite.
Para ele, o dólar até poderia ficar mais caro se os investidores decidissem levar seus recursos para os Estados Unidos, que sinaliza com aumento dos juros.
- Mas, se o dólar subir, isso beneficia as exportações e o efeito se anula - explica.
Leite aposta que os juros reais devem terminar o ano abaixo dos dois dígitos.