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Política monetária

Copom diz que estudou corte menor dos juros

Brasília – O bom comportamento da inflação fez o Banco Central reduzir a taxa de juros em uma amplitude maior do que a esperada pelos analistas do mercado financeiro. No entanto, o Comitê de Política Monetária (Copom) admite, na ata de sua última reunião, divulgada ontem, que estudou primeiramente uma redução de apenas 0,25 ponto porcentual nos juros antes de reduzi-los efetivamente em 0,5 ponto e reafirmou que poderá agir com maior parcimônia – a mesma palavra usada na ata da reunião anterior – em decisões futuras.

"O Copom avaliou a conveniência de reduzir a taxa Selic em 25 pontos básicos [0,25 ponto porcentual]. Apesar de entenderem que diversos fatores respaldariam tal decisão, os membros do comitê concluíram que, neste momento, uma redução de 0,50 pontos básicos na taxa Selic resultaria em maior adequação das condições monetárias correntes à melhora no cenário prospectivo para a inflação observada entre as reunião de julho e de agosto’’, diz o documento.

Na reunião da semana passada, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) de 14,75% para 14,25% ao ano. A maioria dos analistas de mercado esperava um corte de só 0,25 ponto.

O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) só foi divulgado na manhã do dia seguinte à decisão do Copom. A ata não faz nenhuma menção ao crescimento de apenas 0,5% da economia no segundo trimestre para embasar o corte maior que o esperado dos juros.

O BC, entretanto, já possuía números sobre a inflação que permitiam um menor conservadorismo com os juros. A inflação dos últimos 12 meses encerrados em agosto está em 3,84% enquanto a meta para o ano é de um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,5%.

O BC, entretanto, lembra que os cortes de juros têm efeitos defasados e mostra preocupação com o cumprimento da meta de inflação em 2007.

Segundo o Copom, ainda há incertezas sobre o impacto que os recentes cortes de juros terão até o próximo ano e, por essa razão, o Copom entende que poderá agir com maior "parcimônia’’.

A cautela indicada na ata é justificada pelo fato de que a política de corte de juros, iniciada em setembro do ano passado, ainda não surtiu total efeito sobre a economia. Além disso, outros fatores, como a expansão do nível de emprego e da renda, também terão impacto sobre o nível da atividade.

O Copom avalia ainda, de acordo com o documento, que ainda há incertezas nos mercados internacionais e que por essa razão permanecerá "vigilante’’ para evitar que essa incerteza de curto prazo não se propague para cenários mais longos.

"Evidentemente, na eventualidade de se verificar uma exacerbação de riscos que implique alteração do cenário prospectivo traçado para a inflação neste momento pelo comitê, a estratégia de política monetária será prontamente adequada às circunstâncias.’’

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